O motorista, de 47 anos, do ônibus, que levava a equipe de futebol juvenil Esporte Clube Vila Maria Helena para Duque Caxias e caiu em de uma ponte matando cinco pessoas e ferindo outras 28, foi indiciado pela por homicídio culposo e lesão corpora culposa.
Em coletiva de imprensa na manhã desta quinta (27) a Polícia Civil anunciou que concluiu o inquérito. Após as investigações, foi constatado que motorista do ônibus perdeu o controle da direção em um trecho de reta, possivelmente por uma perda de consciência momentânea, fazendo com que o veículo caísse da ponte. "Foi feito um trabalho bem minucioso a respeito desse acidente para fazer uma ação bem condizente com os fatos. Nós conseguimos produzir 28 depoimentos no inquérito e 73 laudos periciais. Foram analisados tanto as provas objetivas, dos laudos periciais quanto as subjetivas, que são os depoimentos e constatamos que o acidente se deu mais em virtude de uma imprudência por parte do motorista que acabou acarretando nessa tragédia", conta o Delegado responsável pelo caso, Marcos Vignolo.
O Delegado explicou como a Polícia Civil chegou no indiciamento do motorista. "Consideramos que as condições climáticas eram boas, era uma noite clara, as condições da rodovia eram boas, não era um trecho esburacado que pudesse acarretar em perigo, as condições do veículo também estavam boas, não haviam relatos de problemas mecânicos e pelo que os peritos analisaram, não foi constatado nenhuma falha mecânica que pudesse acarretar nesse trágico acidente, então foi mais uma perda do controle direcional em virtude da alteração de um estado de consciência dele que pode, ou deve, ter sido provocado pelo sono, devido ao horário avançado do fato, por volta de 1h20 da madrugada".
A Polícia Civil também explicou o que causou os óbitos das vítimas. "Os óbitos dos adolescentes foram constatados por politraumatismo, mas principalmente por lesões no pescoço e na cabeça provocados pelo amassamento do teto do veículo quando ele caiu. Foram cinco vítimas fatais, entre 14 e 18 anos, quatro morreram no local e uma no hospital, entre as vítimas estava o técnico do time".
O Delegado explica por que o motorista foi indiciado por homicídio culposo e lesão corporal culposa. "Durante essa análise não foi constatado que ele agiu dolosamente, ou seja, ele não teve a intensão de produzir o acidente e nem agiu de uma forma que fosse levar ao acidente intencionalmente. O que aconteceu foi uma falha, uma imprudência ao volante que acarretou nesse acidente".
Em depoimento inicial para a Polícia Civil o motorista relatou que não se lembrava do que teria acontecido. Ele também disse à Polícia que teve a impressão de ter visto uma carreta e entendido que ela queria fazer uma ultrapassagem, mas que ela teria desistido e recuado, porém, ele teria se assustado, jogado o ônibus para o lado e o veículo teria se chocado contra a proteção lateral da pista, caído da ponte. Essa versão foi questionada pelo Delegado. "Analisamos a prova pericial do local do crime e não tem marca de frenagem do ônibus na pista, que o ônibus teria tentado frear antes da possível ameaça e nós não acreditamos nessa versão, achamos que a versão mais crível do acidente com todo o conjunto probatório teria sido uma perda momentânea de consciência e que ele só teria recobrado a consciência e lembrar o que aconteceu após ser socorrido pelas equipes empenhadas no resgate".
Sobre a prisão do motorista, Marcos disse. "Vamos passar para o Ministério Público e para o poder judiciário, mas como são muitas vítimas e se somadas todas as penas de cada lesão e cada homicídio ele pode sim ser preso, mas vai depender da análise do poder judiciário e do MP, enquanto isso ele responde em liberdade".
RELATOS DE SOBREVIVENTES
Adolescentes pedindo desaceleração, desentendimentos e "clima estranho". Vítimas sobreviventes do acidente na BR-116, em Além Paraíba (MG) envolvendo um ônibus que transportava jogadores do Esporte Clube Vila Maria Helena, de Duque de Caxias (RJ), detalharem a viagem que teve início no domingo (29) e terminou com o veículo tombando, a 370 km de Belo Horizonte, em um episódio marcado pela morte de quatro adolescentes entre 13 e 18 anos.
TACÓGRAFO
A empresa foi ouvida nas investigações. De acordo com o Delegado, a oitiva do responsável pela empresa foi feita antes de terminar a perícia no tacógrafo, pois no primeiro momento não estava sendo extraído os dados no aparelho devido alguma avaria na queda, já que ele estava um pouco amassado e isso poderia ter prejudicado alguma coisa. Depois que foi avaliado pela assistência técnica, é que foi constatado que até o dia 5 de janeiro ele estava marcando a velocidade normalmente e depois do dia 5 não foi marcado mais nenhum dado. Foi constatado que havia uma falha no sistema desse tacógrafo.
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