O estado do Rio de Janeiro completou hoje (18) dois anos de vacinação contra a covid-19, registrando a marca de 40,5 milhões de doses distribuídas nesse período. A campanha de vacinação contra a pandemia foi iniciada no monumento do Cristo Redentor, no dia 18 de janeiro de 2021, depois que o governo fluminense buscou em São Paulo o primeiro lote de vacinas destinadas à população do estado. Na ocasião, Terezinha da Conceição, então com 80 anos, e a profissional de saúde Dulcinéia da Silva, de 61 anos, foram as primeiras pessoas imunizadas.
Hoje, as duas mulheres se reencontraram com os profissionais de saúde que aplicaram os imunizantes para celebrar a vida e dividir as experiências após a vacinação. Para Terezinha Conceição, atualmente com 82 anos e moradora do Abrigo Cristo Redentor, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, a imunização trouxe esperança de dias melhores. Ela afirmou ter ficado emocionada ao ser a primeira idosa imunizada no estado. “Eu estava ansiosa para a vida começar a voltar à normalidade, a gente poder passear, estar com as pessoas”. Terezinha pediu que toda a população se vacine. “O vírus ainda não acabou e daqui a pouco teremos o carnaval”, alertou.
Não faltou emoção também para Angelo Batista da Silva, enfermeiro da Unidade de Resposta Rápida da Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que foi escalado para acompanhar a primeira remessa que chegou ao estado e aplicar a primeira dose na técnica de enfermagem Dulcinéia. “É uma grande felicidade poder ver a nossa população caminhar livremente sem precisar usar máscaras, poder dar um abraço gostoso. É muito gratificante”, disse o “enfermeiro do Cristo”, como Angelo ficou conhecido.
Esperança
“Com o início da imunização, nascia a esperança de vencermos esse vírus. Conseguimos levar a vacina para todo o território fluminense, sempre com o lema de que cada município importa. Nossa força-tarefa deu certo, e a simbologia dessa data permanecerá viva em nós”, declarou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
Os resultados positivos derivam do trabalho das equipes de saúde, dos mutirões que viravam madrugadas recebendo, contabilizando e separando as doses para envio aos municípios, e da operação logística de distribuição aérea, que se tornou referência para outros estados do país. Nesta quarta-feira, passado o momento mais crítico da pandemia, o governo do estado lembrou a mudança que a vacina trouxe para a população, citando pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicada em dezembro passado no jornal Infectious Disease Modelling, que revelou que a vacinação evitou mais de 230 mil casos de hospitalizações e mais de 43 mil mortes.
O secretário de Estado de Saúde, Doutor Luizinho, acentuou que “vacinas são a forma mais importante de prevenção que temos para proteger a população contra inúmeras doenças". "Desde o início da vacinação, a Secretaria de Saúde realiza um trabalho eficiente, garantindo a todos os cidadãos do estado acesso aos imunizantes de forma equânime e igualitária. O resultado disso é a redução do número de casos e óbitos”, destacou. O secretário fez apelo para que as pessoas tomem as doses de reforço e que os pais levem as crianças para serem vacinadas.
Mobilização
Com a missão Tudo pela vida, que usou o helicóptero da Superintendência de Operações Aéreas (SOAer) da Secretaria de Estado de Saúde e recebeu apoio de aeronaves das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros, o governo do estado conseguiu entregar vacinas aos 92 municípios fluminenses em até sete horas. O “Verdinho”, como é conhecido o helicóptero da Saúde, transportou 972 mil doses, em 140 horas de voo. Juntas, no período de um ano, essas aeronaves levaram 2 milhões de doses até os fluminenses, encurtando espaços e salvando vidas.
Responsável pela SOAer, o major Roberto Medina informou que uma força-tarefa permitiu a entrega de 2 milhões de doses de vacina contra a covid-19. “Chegamos a todas as regiões, como no norte do estado, a uma distância de cerca de 300 quilômetros da capital. A população nos aguardava nos campos de pouso, ansiosa pela vacina”, lembrou.
Nesses dois anos, 50 milhões de doses chegaram e saíram da Coordenação Geral de Armazenagem (CGA), em Niterói, lembrou a superintendente da CGA, Melissa Oliveira. “Realizamos obra para instalar sete freezers para receber as vacinas em temperatura ultrabaixa. Na época da distribuição de vacinas via aérea, ocorreram atividades extra-horário em todas as madrugadas que antecederam as distribuições.”
O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, Mario Sérgio Ribeiro, destacou que, ao longo de 2021, a chegada de mais doses de vacina ao país possibilitou ampliar o público imunizado, e o avanço nos estudos abriu caminho para a ampliação das faixas etárias aptas a serem vacinadas. “No começo, a vacina estava liberada apenas para maiores de 18 anos. Em 2022, ampliou-se para grupos de 12 a 17 anos. No final de 2022, as crianças foram incluídas e, hoje, a imunização está liberada para bebês a partir de 6 meses”, comentou Ribeiro.
O estado do Rio de Janeiro tem atualmente 89% da população acima de 12 anos com o esquema inicial completo (duas doses) e, entre os maiores de 60 anos, 50% já receberam o segundo reforço. Na população mais jovem, na faixa dos 18 a 40 anos, a cobertura da dose de reforço está em torno de 20%.
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