De janeiro a junho de 2023 foram notificados 227.845 casos de diarreia no estado de Minas Gerais, com 264 surtos da doença. Entre os menores de 5 anos, foram detectados 30.787 casos. Em relação a óbitos, foram registrados 170 casos com causa básica associada à diarreia, dos quais seis ocorreram em menores de 1 ano e outros três óbitos nas idades entre 1 e 4 anos, totalizando nove mortes em crianças nessa faixa etária. Os dados são do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica para Doenças Diarreicas Agudas (Sivep-DDA).
Ao longo de todo o 2022, foram mais de 500 mil casos da doença na população em geral e cerca de 89 mil casos em crianças de até 5 anos. No ano passado, foram registrados 27 óbitos entre menores e 1anos e outras 7 mortes entre indivíduos entre 1 e 5 anos.
Diante desse cenário, o Estado reforça a ideia proteger as crianças, por meio da vacinação, um vez que a referência técnica em Toxoplasmose e Rotavírus da coordenação dos Programas de Vigilância de Doenças Transmissíveis Agudas da SES-MG, Michely Aparecida de Souza, indica que esses são números preocupantes, na medida em que revelam a ocorrência de mortes por causas evitáveis. “São mortes que podem ser prevenidas por meio de assistência oportuna, com manejo clínico do paciente de forma adequada, vacinação e educação em saúde para favorecer boas práticas”, afirma.
Uma das principais vacinas para prevenir as doenças diarreicas agudas é a que protege contra o rotavírus. “No entanto, outras vacinas, como a contra o sarampo e a contra hepatite A também podem proteger contra essas doenças quando associadas à diarreia. É importante ressaltar que a vacinação não apenas reduz a incidência de casos graves, mas também pode salvar vidas”, pontua a técnica.
De acordo com os dados referentes a 2022, a cobertura vacinal para a vacina do rotavírus atingiu 83,05%, enquanto a meta preconizada é de 90%. Para a vacina contra o sarampo, a cobertura foi de 87,11% para a primeira dose, abaixo da meta de 95%. Já a vacina contra hepatite A alcançou uma cobertura de 82,18%, também abaixo da meta preconizada de 95%.
Os dados mais recentes referentes ao período de janeiro a março de 2023, até o momento, não indicam mudanças nos patamares dos indicadores. Este ano, a cobertura vacinal para o rotavírus registrou 79,96%. A vacina contra o sarampo alcançou uma cobertura de 86,85% para a primeira dose, e a vacina contra hepatite A obteve 83,21% de cobertura.
O Estado afirma que os casos de diarreia são caracterizados por um mínimo de três episódios em um período de 24 horas, acompanhados pelo aumento do número de evacuações e diminuição da consistência das fezes. Além disso , os sintomas também podem incluir náuseas, vômitos, dores abdominais e febre. "Geralmente, esses casos são autolimitados e duram cerca de 14 dias. No entanto, crianças desnutridas, com baixo peso e com condições crônicas de saúde têm maior risco de desenvolver casos mais graves”, informa Michely.
Ela orienta que o diagnóstico da gastroenterite aguda é essencialmente clínico, baseado em exames clínicos e anamnese feitos pelo profissional que realiza o atendimento nas unidades de saúde. A indicação para a população é a de que, em casos de sinais de alerta, como sangue nas fezes ou desidratação, é necessário procurar um serviço de saúde para avaliação médica adequada. Em alguns casos, o diagnóstico pode exigir investigação laboratorial para identificação do agente causador.
O tratamento dos casos de diarreia em crianças envolve, principalmente, a prevenção de forma a evitar que outras pessoas possam adoecer a partir desse agente infeccioso, e a reidratação com a ingestão de líquidos, seja por meio de soros orais ou, em casos mais graves, por fluidos intravenosos. Além disso, a Secretaria de Estado de Saúde afirma que é fundamental que os pais compreendam que a gastroenterite em crianças menores de 5 anos não deve ser considerada apenas uma dor de barriga e, sim, uma condição que requer atenção médica.
Para manter o cartão de vacina atualizado e obter mais informações sobre o calendário de vacinação e a prevenção de doenças diarreicas, os pais podem procurar as unidades básicas de saúde, as equipes de saúde da família, os pediatras que acompanham seus filhos e acessar os sites do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais para obter informações. “A prevenção é a chave para proteger as crianças contra as doenças diarreicas agudas. Por isso, é reiterada a importância da manutenção do cartão de vacinação em dia e atenção aos sintomas.
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