Dor na lateral do cotovelo: epicondilite lateral
Olá leitores!
Hoje vou falar sobre Epicondilite Lateral, ou popularmente chamada de “cotovelo de tenista”. Apesar de ser conhecida por este nome, a epicondilite lateral não é uma condição que se limita aos jogadores de tênis. Quaisquer atividades físicas ou diárias que provoquem movimentos repetitivos do punho e dedos para cima (extensão) podem ser fatores de risco para o aparecimento da desordem. Existe também a epicondilite medial (cotovelo de golfista), que é menos freqüente e ficará para ser discutida na próxima coluna.
A articulação do cotovelo é formada pelo osso do braço (o úmero) e os ossos do antebraço (a ulna e o rádio). Na extremidade inferior do úmero existem duas saliências ósseas, chamadas de epicôndilo lateral e medial.
No epicôndilo lateral inserem-se os tendões dos músculos que fazem o movimento de extensão de punho e dedos. A epicondilite lateral ocorre quando o epicôndilo lateral se torna dolorido e sensível, por acometimento desta musculatura. Aparece com mais freqüência entre 35-50 anos e é relatado como o aparecimento gradual de dor na lateral do cotovelo durante o movimento de extensão.
Ao utilizarmos repetidamente e em excesso os músculos extensores de punho e dedos, geramos repetida tensão sobre sua inserção no epicôndilo lateral, o que resulta em microfissuras tendíneas, irritação, dor e inflamação local.
Não apenas as atividades ligadas a esportes (como tênis) podem contribuir para o surgimento da doença. Algumas profissões como pintores, cozinheiros, açougueiros e aquelas que necessitam do uso do computador (teclado e mouse) por longas horas; ou até mesmo fazer tricô, por exemplo, também são fatores de risco.
Reparem na imagem acima que a posição de punho na digitação e no uso do mouse favorece a extensão contínua do punho – o que leva a uma sobrecarga contínua da musculatura extensora. Uma solução para melhorar o posicionamento do punho durante o trabalho em computador é o uso de almofadas, facilmente encontradas para comercialização.
Os principais sintomas relatados são:
- dor ou sensibilidade aumentada na parte externa do cotovelo;
- dor ao estender o punho ou os dedos;
- aumento da dor ao levantar objetos pesados;
- dor durante a flexão dos dedos, ao pegar um objeto ou cumprimentar alguém com um aperto de mão;
- dor ao girar a maçaneta da porta;
- dor que começa no cotovelo e vai ate antebraço ou sobe para o braço;
- fraqueza para segurar objetos;
- queimação na lateral do cotovelo.
A epicondilite lateral é, geralmente, diagnosticada com base no histórico clínico do paciente e em um exame físico. Raios-X podem ajudar o médico a excluir possíveis outras causas dos sintomas, como uma fratura ou artrite. Raramente, outros exames de imagem mais abrangentes - como a ressonância magnética nuclear - são necessários.
Também é importante investigar as atividades de vida diária e até mesmo a posição em que o paciente dorme, pois dormir com os punhos fletidos, como na posição ilustrada abaixo, pode ser fator de risco. Lembrando que ao dormir, ficamos horas na mesma posição, gerando horas de sobrecarga. Muitas lesões acontecem durante o sono!
O tratamento pode ser simples se a patologia foi identificada cedo. A fisioterapia ajuda no rearranjo da musculatura, na recuperação do tendão, no alívio das dores e na recuperação da força muscular. Lembrem-se sempre que prevenção é a melhor solução, acompanhada de um rápido diagnóstico e tratamento precoce!
Compressas de gelo e massagem local, após uma orientação profissional, como conduta domiciliar associada ao tratamento agilizam o processo de cura.
Os cuidados com a postura para dormir (caso você durma com os punhos fletidos ou estendidos, pode ser necessário o uso de uma tala posicionadora durante o sono), as adaptações do ambiente de trabalho e os alongamentos podem ser preventivos no aparecimento de doenças do cotovelo. Abaixo, alguns exercícios que podem ser feitos em casa ou no trabalho, com certa assiduidade, para prevenção de doenças do punho e mãos:
Obrigada pela leitura e até a próxima semana! (pedido de temas em amanda.beloti@yahoo.com.br)
Amanda Beloti é fisioterapeuta graduada em 2009 pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Cursa Especialização em Fisioterapia Traumato-Ortopédica pela mesma instituição. Instrutora Internacional de Pilates pela Pilates Plus (autorizada pela Associação Norte-Americana de Pilates). Sócia-proprietária do Consultório de Fisioterapia e Pilates STUDIO A.
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