Cal Coimbra 20/11/2008
O comportamento vocal na abordagem hol?stica
Nos anos 50, a voz era considerada para alguns estudiosos europeus como o espelho da personalidade e como express?o da natureza humana. Por causa disso, defendiam uma abordagem hol?stica tanto para avalia??o quanto para tratamento dos dist?rbios vocais.
Houve um intervalo de cerca de 40 anos em que predominou uma linha quantitativa, de base estat?stica, para a pesquisa dos dist?rbios vocais. Da mesma forma que para o estudo das emo?es, o estudo qualitativo da voz n?o era considerado cientificamente vi?vel.
N?o interessava, por exemplo, saber identificar casos de mulheres com voz masculina e de homens com voz feminina. S? era importante saber que a voz feminina ? uma oitava mais aguda que a dos homens, porque essa ? a m?dia estat?stica, ou seja, ? o que ocorre com a maioria. S? que a pessoa humana com altera?es vocais do ponto de vista hol?stico ? aquela que n?o se enquadra nessa estat?stica.
? assim que fazemos a leitura bastante diferenciada quando estamos diante de uma pessoa com altera??o no comportamento vocal: HARMONIZAR CABE?A E CORA??O, MENTE E CORPO faz a diferen?a para o diagn?stico e o tratamento. Esse ? um lema que condiz plenamente com os princ?pios hol?sticos mais atuais. De fato, esses princ?pios n?o aceitam nos dividirmos em partes, peda?os, pe?as, ?rg?os, a n?o ser para efeito de estudo, quando deixa de ser um ser vivo.
N?s s? podemos ser tratados em nossa integridade, pois tudo o que nos atinge repercute em todos os aspectos de nossa integralidade org?nica. Assim, compreendemos que as altera?es vocais tamb?m devem ser analisadas do ponto de vista hol?stico.
Como lidar com as dificuldades na voz ?
? altamente impressionante quando prestamos aten??o no tom de uma voz nos dando conta dos in?meros matizes que comp?em esse tom de voz, da quantidade de sinais que est?o sendo emitidos pelo corpo, que assim se expressa atrav?s daquela voz. A? pode estar um grande segredo para o tratamento!
A voz ? produzida no corpo e com o corpo. De maneira que todos os sinais n?o-verbais emitidos pelo corpo est?o automaticamente inseridos na pr?pria emiss?o da voz.
Acreditamos que s? com o desenvolvimento da autoconsci?ncia que podemos chegar, de fato, a expressarmos com palavras o que sentimos e o que percebemos das emo?es dos outros acompanhados pelo tom da voz.
No caso das altera?es vocais, o processo de autoconsci?ncia pode come?ar pelo reconhecimento dessas altera?es, que podem estar relacionadas com a ansiedade, tristeza e algum tipo de irritabilidade que podem dificultar as rela?es.
Cal Coimbra
? psic?loga e doutora em Fonoaudiologia
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