Andr? Pavam

Por

Andr? Pavam A trajet?ria de sucesso do cabeleireiro que apostou na
disciplina e comemora 25 anos de profiss?o


Priscila Magalh?es
Rep?rter
05/03/2008

A profiss?o de cabeleireiro entrou na vida de Andr? Pavam por necessidade, depois que terminou o segundo grau. Como n?o continuou a estudar, foi trabalhar. "Eu era cliente de um sal?o e amigo do dono. Foi l? que arrumei meu primeiro trabalho na ?rea. At? essa ?poca n?o tinha interesse por isso", conta.

No in?cio, lavava o cabelo dos clientes e varria o ch?o. Atividades dignas de muito valor nos dias de hoje. "Pra mim, isso foi muito importante, pois comecei de baixo e fui crescendo na profiss?o. Passei por todas as ?reas de um sal?o e hoje conhe?o tudo". Depois disso, ele passou a escovista e come?ou a cortar cabelo de crian?as.

E, ? medida em que o tempo passava, Andr? ia adquirindo experi?ncia com a pr?tica e tomando gosto pela profiss?o. Para se especializar, ele fez cursos em Juiz de Fora, S?o Paulo e na Europa, at? que abriu o pr?prio sal?o. "Abri de atrevimento, porque s? havia trabalhado durante tr?s anos nessa ?rea, dos 18 aos 21 anos", comenta.

Hoje, ele ? um profissional de sucesso e confessa que tamb?m teve um pouco de sorte. Ele era a pessoa certa, na hora certa e p?de contar com o amigo certo, que lhe ajudou e deu oportunidade de trabalhar e aprender. Por isso, n?o perde a chance de dar oportunidade a outros aprendizes. "J? formei v?rios profissionais aqui e muitos deles s?o bem sucedidos. O mais importante n?o ? ter um profissional pronto e com clientela, mas um que esteja disposto a trabalhar", ressalta ele.

Um outro fato que ele considera essencial para seu reconhecimento foi o trabalho em uma boate, onde cortava o cabelo das pessoas durante as festas. "Acabei me tornando diretor art?stico do local, onde muita gente importante ?a. Isso foi bom para eu crescer", lembra.

Outra boa oportunidade foi quando come?ou a trabalhar na ?rea de moda, com um grupo de modelos, o que lhe deixou a vontade para entrar na produ??o art?stica do Miss Brasil Gay, em 1988. "Me sa? muito bem nesta ocasi?o, porque j? tinha experi?ncia com os bastidores da moda devido ao trabalho com as modelos. Assim, fui dos bastidores ao palco, onde me sinto na sala da minha casa", diz.

Para vencer

O cabeleireiro diz que n?o teve muitas dificuldades at? conquistar seu espa?o. Foram dificuldades naturais de qualquer profiss?o, por isso, n?o marcaram, mas acrescentaram. "Foi dif?cil na ?poca de infla??o alta, quando tive que rever a forma de administrar as coisas", comenta ele, que nunca se sentiu desencorajado.

?Para crescer, ? muito importante n?o ter medo de investir. N?o se deve pensar que pode dar errado, mesmo porque, o m?ximo que pode acontecer ? dar errado. A?, ? s? consertar e come?ar de novo?, aconselha ele. Al?m disso, Andr? diz que n?o ? necess?rio somente talento e vontade. ?Para conseguir o que deseja, deve-se ter disciplina, disciplina e disciplina?, enfatiza. E n?o ? s?. ?Ela deve estar aliada a saber ouvir e receber comando, porque tem gente que se acha estrela e n?o ouve mais ningu?m?, completa.

? tamb?m com disciplina que ele consegue manter seu nome no topo. Para isso, tamb?m preza muito pela qualidade do trabalho. N?o ? a toa que o cabeleireiro tem ouvido tantas vezes a frase "me salva!". "As mulheres entram aqui me pedindo para salv?-las de um erro cometido por outros cabeleireiros. E tenho salvado muitas", afirma, com um sorriso.

Para ele, o grande n?mero de sal?es de beleza, em Juiz de Fora, contribui para que as mulheres pe?am socorro aos bons profissionais. ?Aqui tem um sal?o em cada esquina, quando n?o s?o tr?s em cada. Qualquer um vira cabeleireiro sem experi?ncia alguma?, diz. Mas a concorr?ncia dos grandes n?o o assusta. O grande problema ? que os pequenos, que n?o t?m forma??o e registro, colocam os pre?os l? embaixo. ?A?, eles s? se preocupam com os pre?os baixos e esquecem da qualidade. J? os grandes valorizam a profiss?o, o que ? bom?, completa.

Al?m de cabeleireiro...

Ningu?m duvida que a profiss?o que Andr? seguiu exige muita responsabilidade e ele est? ciente disso. ?Estamos trabalhando com a apar?ncia das pessoas, que, ?s vezes, nem ? o principal, mas conseq??ncia. Por isso, temos a capacidade de colocar uma pessoa pra baixo ou pra cima?. Dessa forma, ele se diz um pouco psic?logo, mesmo porque, nem sempre, as pessoas v?o ao sal?o para cuidar da beleza. ?Muitas precisam apenas conversar?, conta.

Um m?gico tamb?m ? uma boa defini??o. ?? t?o r?pido transformar o visual de uma mulher que parece acontecer em um passe de m?gica? , diz, referindo-se ao corte e penteado, as duas atividades, dentro da profiss?o, que mais lhe agradam. "Prefiro isso, porque gosto de solu?es r?pidas e o corte e penteado s?o assim. Transformo uma mulher em 15 minutos, enquanto a tintura, por exemplo, demora muito para terminar".

Ele tamb?m define o profissional como artista por causa da capacidade de criar, que vem da pr?tica. ?S? com o uso da t?cnica ? que damos asas ? cria??o. Ent?o, se desenvolver o talento, coloque em pr?tica?. Mas ele faz um alerta. ?Somos artistas, mas n?o podemos esquecer que trabalhamos com mat?ria-prima viva e que tem opini?o. ? por isso que o trabalho ? de grande responsabilidade?.

Andr? est? satisfeito com a profiss?o e de ter conquistado um lugar no mercado. ?Vivo da minha profiss?o e tenho um prazer enorme em estar no sal?o?. E, mesmo gostando de resultados r?pidos, ele diz que, se for preciso, ainda lava o cabelo das clientes e varre o ch?o, tudo como no come?o.