Ter?a-feira, 6 de janeiro de 2009, atualizada ?s 15h12

Juiz de Fora confirma primeiro caso de leishmaniose visceral em um c?o na cidade. Outro caso est? sob investiga??o


Guilherme Ar?as
Rep?rter
Madalena Fernandes
Revis?o

Juiz de Fora confirmou o primeiro caso de leishmaniose visceral aut?ctone em um c?o do bairro Tiguera, zona leste. A confirma??o aconteceu ap?s as amostras de sangue para prova e contraprova terem sido enviadas para a Funda??o Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte.

Outro caso de leishmaniose visceral em mais um c?o do mesmo bairro est? sendo investigado pelo setor de Zoonoses da Secretaria de Sa?de. No caso confirmado, o c?o portador da doen?a est? isolado e ser? sacrificado ainda esta semana, de acordo com o chefe do setor, Jos? Geraldo de Castro J?nior.

Armadilhas para tentar capturar o mosquito transmissor da doen?a, o Lutzomyia longipalpis, foram instaladas na ?rea em que o animal vivia. Animais da regi?o est?o sendo avaliados.

Jos? Geraldo explica que o fato de Juiz de Fora receber pessoas de v?rias cidades da regi?o pode contribuir para o surgimento do primeiro caso aut?ctone. "Existem algumas cidades onde a doen?a ? end?mica, j? faz parte do local. Pode ser que algum mosquito dessa ?rea tenha conseguido chegar at? aqui", suspeita.

A proximidade do homem com as ?reas de mata tamb?m pode explicar o surgimento de novos casos da leishmaniose, j? que o mosquito transmissor vive em regi?es silvestres. De acordo com a Secretaria de Sa?de, o c?o ? o principal reservat?rio da leishmaniose visceral na ?rea urbana.

O mosquito que sugou o sangue de um c?o contaminado ? o transmissor da doen?a para o ser humano . No homem, ela afeta o sistema imunol?gico, causando o comprometimento de ?rg?os vitais, como f?gado e ba?o, podendo levar ? morte. Costuma ser silenciosa e muitas vezes o diagn?stico ? tardio, j? em estado avan?ado.

Nos c?es, a leishmaniose causa o crescimento exagerado de unhas, les?es de pele em forma de ?lceras que n?o cicatrizam, queda de pelos e emagrecimento do animal.

Dados do Minist?rio da Sa?de revelam que, entre 1993 e 2005, a regi?o Sudeste registrou aumento de 700% na taxa de incid?ncia de leishmaniose visceral em humanos.

Al?m da visceral, forma mais grave da doen?a, a leishmaniose pode se manifestar na forma tegumentar. Nesses casos, o infectado apresenta feridas na pele que se localizam com maior frequ?ncia nas partes descobertas do corpo.

Conhe?a mais sobre a doen?a
foto de um mosquito

Transmiss?o

A leishmaniose ? transmitida por insetos hemat?fagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como fleb?tomos ou flebotom?neos. Os fleb?tomos medem de 2 a 3 mil?metros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho s?o capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando est?o em repouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade; os mais comuns s?o: mosquito palha, tatuquira, birigui, cangalinha, asa branca, asa dura e palhinha. O mosquito palha ou asa branca ? mais encontrado em lugares ?midos, escuros, onde existem muitas plantas.

As fontes de infec??o das leishmanioses s?o, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotom?neos, que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, por?m, o hospedeiro tamb?m pode ser o c?o dom?stico.

Na leishmaniose cut?nea os animais silvestres que atuam como reservat?rios s?o os roedores silvestres, tamandu?s e pregui?as. Na leishmaniose visceral a principal fonte de infec??o ? a raposa do campo.

Sintomas

Leishmaniose visceral: febre irregular, prolongada; anemia; indisposi??o; palidez da pele e ou das mucosas; falta de apetite; perda de peso; incha?o do abd?men devido ao aumento do f?gado e do ba?o.

Leishmaniose cut?nea: de duas a tr?s semanas ap?s a picada pelo fleb?tomo aparece uma pequena p?pula (eleva??o da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho at? formar uma ferida recoberta por crosta ou secre??o purulenta. A doen?a tamb?m pode se manifestar como les?es inflamat?rias nas mucosas do nariz ou da boca.

Preven??o

  • Evitar construir casas e acampamentos em ?reas muito pr?ximas ? mata;
  • Fazer dedetiza??o, quando indicada pelas autoridades de sa?de;
  • Evitar banhos de rio ou de igarap?, localizado perto da mata;
  • Utilizar repelentes na pele, quando estiver em matas de ?reas onde h? a doen?a;
  • Usar mosquiteiros para dormir;
  • Usar telas protetoras em janelas e portas;
  • Eliminar c?es com diagn?stico positivo para leishmaniose visceral, para evitar o aparecimento de casos humanos.
  • Fonte: Minist?rio da Sa?de