Terça-feira, 21 de julho de 2009, atualizada às às 16h

Partir remédio para conseguir dosagens menores pode ser perigoso

Marinella Souza
Repórter

É muito comum as pessoas partirem um comprimido de cem miligramas, por exemplo, quando o médico receita a metade dessa dosagem do medicamento. Mas a farmacêutica responsável pelo Serviço de Informação Tóxico- Farmacológica (Sintoxfar) do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF), Francislene Juliana Martins,  alerta para o risco de tal prática.

"O grande risco é não conseguir a dosagem correta. Isso é muito perigoso, principalmente no tratamento de doenças crônicas, porque, caso o paciente não responda como deveria ao medicamento, o médico não vai saber se isso aconteceu devido ao excesso ou falta do remédio", explica.

Os comprimidos com revestimento podem trazer outro tipo de problemas quando partidos. Esses comprimidos são feitos de polímeros e outros componentes específicos que fazem com que o conteúdo seja liberado no intestino e não no estômago. Quando o revestimento é rompido, o conteúdo passa a reagir com enzimas estomacais e o medicamento perde a sua aplicação inicial.

Doses equivocadas de medicamentos podem causar desde a perda do efeito até intoxicações. Para evitar esse problema, a farmacêutica orienta que o paciente faça uso de formulações líquidas para garantir a dosagem correta indicada pelo médico e a eficiência do tratamento. "Os xaropes e soluções são a melhor alternativa para os casos em que o médico receita uma determinada dosagem e o paciente só encontra o comprido com duas vezes mais o que foi prescrito".

Orientação da Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também alerta quanto aos riscos oferecido pelas partições de comprimidos e acrescenta que, em caso de necessidade, a partilha deve ser discutida pelo médico, pelo farmacêutico e pelo paciente.
Os textos são revisados por Madalena Fernandes