Espuma guiada é método avançado no tratamento de varizes A técnica apresenta benefícios como não ser necessária a internação nem a anestesia, ser indolor, rápida, além de apresentar bons resultados

Aline Furtado
Repórter
12/3/2011
Fotos de varizes

Para quem sofre com varizes, um método avançado, criado na Itália, a espuma densa teleguiada, promete apresentar vantagens quando comparado às técnicas cirúrgicas convencionais para tratamento da doença. Trata-se da aplicação, nas veias de grande calibre, de uma injeção com medicamento, o que promove a destruição das varizes sem que haja necessidade de remoção dos vasos.

"É uma técnica ambulatorial, que não requer internação nem anestesia, é indolor e rápida, não havendo risco, além de apresentar resultados bastante promissores", destaca o angiologista Alberto Portugal. Diferentemente da nova técnica, a escleroterapia convencional é indicada para veias de menor calibre, ou seja, varizes finas ou microvarizes.

Além da espuma guiada, outro método recente, segundo o médico, é a cauterização a laser. "Antes, fazíamos a remoção das veias apenas por meio de intervenções cirúrgicas. Atualmente, temos o avanço dos tratamentos clínicos, que são menos agressivos e mais vantajosos aos pacientes." Portugal destaca que, para ele, o método de cauterização a laser não apresenta resultados diferentes daqueles alcançados por meio das cirurgias.

"Esta é uma técnica trabalhosa e, algumas vezes, o resultado de tratamentos cirúrgicos, conhecidos como tradicionais, é melhor." Outro benefício dos avanços tecnológicos com relação ao tratamento de varizes é a ultrassonografia das veias, chamada doppler, técnica muito utilizada no período pré-cirúrgico.

Defeito estrutural

De acordo com o angiologista, varizes são defeitos na estrutura da veia. "Estes defeitos já nascem com a pessoa, ou seja, trata-se de uma doença hereditária." Contudo, fatores externos contribuem significativamente para a dilatação anormal dos vasos. Entre eles, a gravidez e a interferência postural. "Pessoas que ficam muito tempo de pé ou sentadas de forma em que as pernas fiquem pendentes têm grande chance de desenvolver a doença."

Desta forma, para evitar o surgimento das varizes, assim como cuidar do problema após intervenções cirúrgicas ou clínicas, Portugal ressalta a importância da mudança de hábitos posturais, da inclusão de atividades físicas no dia a dia, como caminhada e hidroginástica, além do uso de meia elástica, que funciona como contenção, estimulando a circulação. "O ideal é que estas meias sejam utilizadas por meio de orientação médica. Já no caso das pessoas que ficam por um longo período sentadas, o indicado é que se movimentem de tempo em tempo por, no mínimo, cinco minutos."

O médico destaca que um terço dos operados pode apresentar, tempos depois, novas varizes. "Cirurgias não significam cura do defeito estrutural, mas, se os pacientes seguirem as orientações médicas, a probabilidade é reduzida."

Classificação

As varizes podem ser classificadas em primárias ou essenciais, que são fruto de defeitos estruturais nas veias, ou secundárias ou adquiridas, que são varizes em áreas como esôfago, região pélvica, que podem ocorrer em função de outras doenças, como no caso de uma trombose venosa.

Conforme o médico, a chamada doença varicosa não é grave, não havendo alto risco de má circulação. Entretanto, podem ser percebidos sintomas nos membros inferiores, que vão desde o cansaço, a coceira, o peso e o inchaço até a flebite de repetição, que é o processo inflamatório e infeccioso das veias; o eczema, que é a irritação causada pelas varizes; e a úlcera varicosa.

Salto alto é mito

Muitas pessoas acreditam que mulheres que fazem uso constante de salto alto tendem a desenvolver a doença, mas, segundo Portugal, não há qualquer tipo de relação. "Trata-se de um mito. As pessoas acabam associando dores musculares ocasionadas pelo salto alto com a possibilidade de aparecimento de varizes."

Um homem para cada quinze mulheres

A cada quinze mulheres que sofrem com os problemas acarretados pelas varizes, há apenas um homem que apresenta a doença. "Isso pode ser explicado não só pelo fator gravidez, mas também pelas alterações hormonais pelas quais passam as mulheres", explica Portugal. Além disso, ele lembra que a cada cinco mulheres, uma apresenta a doença.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken


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