Plebiscito em dezembro deverá decidir sobre a privatização do HU em JF

Serão três debates envolvendo pessoas contrárias e favoráveis à implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Nathália Carvalho
Repórter
25/10/2012
Privatização do HU

O debate sobre a privatização do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ganhou novas datas de discussão, conforme foi sinalizado durante assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFJF (Sintufejuf) nesta quinta-feira, 25 de outubro. O plebiscito acordado, que pretende definir a implementação ou não da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), órgão estatal de direito privado criado para administrar os HU's, foi marcado para o dia 3 de dezembro.

Para organizar as informações e datas a respeito do plebiscito, foi criada uma comissão no último dia 4 deste mês. Após as reuniões realizadas, foram informadas, ainda, as datas dos três debates que pretendem auxiliar a todos que possuem vínculo com o hospital em sua decisão. "A ideia de hoje era apresentarmos como será o pleito para os interessados, incluindo alunos, servidores e docentes do HU. A comissão irá trazer representantes de diversos setores, contrários e a favor da EBSERH, para discutirmos o assunto", explica o representante dos técnicos na comissão e supervisor do HU, José Fanias Lima.

De acordo com o Sintufejuf, os debates ficaram marcados para os dias 23, 26 e 29 de novembro. Eles irão ocorrer na sede do HU de Santa Catarina e no auditório do Centro de Ciências da Saúde (CCS), localizado no campus da Federal. Lima completa, ainda, informando que a ideia é trazer pessoas de outras cidades que já trabalham por meio da privatização do hospital, ligadas à empresa, e outras contrárias à implantação, como representantes sindicais. "É necessário mais esclarecimento aos funcionários e alunos. Queremos saber, ao certo, como vai funcionar essa empresa, o que vai acarretar na carreira do técnico e na formação do aluno. As informações que temos disponibilizadas não são o suficiente", explica.

Contrariedade à privatização

Entre os sindicatos envolvidos, Lima afirma que todos são contrários a vinda da empresa para Juiz de Fora. Ainda em agosto, quando as primeiras cartilhas de informação sobre o processo eram divulgadas aos funcionários, foi informado pelos representantes que eles são "totalmente contra a criação e execução desta empresa. Fazemos um trabalho diário de esclarecimento aos servidores porque é importante que eles tomem conhecimento do que está sendo realizado pelo governo". Para o sindicato, o dinheiro gasto com a criação e manutenção da empresa poderia ser destinado à contratação de um maior número de servidores e realização de investimentos nas instituições, além de outros órgãos federais.

Conforme é explicado na cartilha, foi criado um comitê em defesa do HU em 2011, "com o intuito de lutar pela garantia do caráter público do HU de Juiz de Fora". O comitê conta com a participação de profissionais do HU, do Sintufejuf, da Associação dos Professores de Ensino Superior em Juiz de Fora (Apes-JF), do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFJF, do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), do Comitê Central Popular de JF e do Coletivo Piracema. De acordo com Lima, existem cerca de 380 servidores federais e outros 450 funcionários terceirizados no HU.

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