Assista! --> Morro do Cristo Um dos cart?es postais mais bonitos da cidade tem potencial, mas ainda n?o se transformou em um verdadeiro ponto tur?stico


Fernanda Leonel
Rep?rter
10/02/2006

Mais do que bonito: um cart?o postal da cidade. Essa poderia ser uma das muitas defini?es para o Morro do Imperador, ponto de enorme potencial tur?stico em Juiz de Fora.

O nome veio como conseq??ncia da visita de D.Pedro II ? cidade. Em 1861, o ilustre visitante escalou o morro para apreciar a vista que um dos pontos mais altos de Juiz de Fora proporciona. A eleva??o, que est? h? 923 metros acima do n?vel do mar, oferece uma vis?o de praticamente toda a cidade.

Morro do Imperador, Morro do Cristo, Morro da Liberdade... Tanto faz! Cada um nomeia ? sua maneira, e de acordo com a hist?ria que viveu nesse lugar t?o conhecido dos juizforanos. Muitos casais come?aram a namorar, lembram do filho pequeno brincando no local. Outros lembram do dia que foram para estudar, passear com os amigos, tocar viol?o. Um lugar de muitas hist?rias e uma indiscut?vel beleza.

N?o ? dif?cil encontrar depoimentos como o dos amigos Aline Xavier, Ruy Batista e Daniela Siribele (foto). Todos eles s?o amantes de esportes radicais e tinham o costume de andar de bicicleta pelos arredores da universidade. Mas apesar de todas essas caracter?sticas em comum, foi no Morro do Cristo que eles selaram a amizade que j? completa cinco anos.

Com um certo receio de subirem a trilha, que chega at? o local, sozinhos, cada um resolveu "elevar a simpatia" e convidar quem andava de bicicleta por perto para a aventura, que agora aconteceria em trio.

Convites aceitos e depois de mais de duas horas de muita divaga??o sobre as belezas do local, eles combinaram que voltariam ali todos os domingos. E dessa forma constru?ram uma "amizade incondicional", como classifica Ruy. "Fomos aben?oados pelo Cristo do alto da Igreja", complementa.

O Cristo que Ruy considera ter ajudado muito na forma??o da amizade do trio, continua l?, aberto a novas hist?rias como essa. Foi ele a inspira??o para que, em 1906, constru?ssem a capela que fica no alto do morro.

De acordo com o professor do Col?gio de Aplica??o Jo?o XXIII , Gerson Guedes, o conjunto arquitet?nico que engloba a capela, do arquiteto Pantaleone Arcuri, inaugurado nos primeiros anos do s?culo XX, retrata a ?poca em que a "Manchester Mineira" vivia uma marcha acelerada de desenvolvimento.

"Juiz de Fora n?o queria ficar para tr?s no desenvolvimento. E era um costume que as cidades mais evolu?das tivessem em seu ponto mais alto um cruzeiro, que marcava sua opul?ncia. A capela foi constru?da para valorizar esse ponto, e a est?tua do Cristo veio da Fran?a no mesmo ano", explica o professor.

Potencial n?o aproveitado
Se a beleza do local ? indiscut?vel, o aproveitamento do potencial tur?stico n?o ?. Muita gente, assim como Roberto Melo (foto) e o trio de amigos que se conheceu em uma tarde no mirante reclamam de como s?o muitos os fatores que os impedem de freq?entar mais o local.

A dificuldade do acesso ? a campe? de reclama?es. Para se chegar ao Morro do Cristo ? preciso ir de carro ou ent?o andar muito a p? depois de descer do ?nibus. As ?nicas linhas que chegam pr?ximas ao local (531, 555 e 538), obrigam o interessado a andar mais de 20 minutos a p? num terreno de inclina??o forte. Para ir de taxi ? preciso desembolsar em m?dia R$ 25 para a ida e volta.

A assessoria de comunica??o da Gettran informou que estudos est?o sendo realizados para atender a viabilidade econ?mica, de seguran?a e de demanda de passageiros para o local.

Existe a possibilidade de se implantar uma linha que funcione aos s?bados, domingos e feriados, mas, segundo a assessoria, ainda n?o h? previs?o de implanta??o de nenhum novo projeto.

Outra discuss?o entre a popula??o juizforana est? na falta de seguran?a e infraestrutura do local. N?o h? profissionais, banheiros ou qualquer tipo de estabelecimento que forne?a alimenta??o para quem esteja passeando por l?.

Roberto Melo, por exemplo, classifica o lugar como invi?vel para se levar a fam?lia: "Se voc? tem filhos, eles certamente ficar?o com sede e fome aqui, e como toda crian?a, v?o querer comer, nem que seja s? pra pedir", brinca. Roberto, que ? juizforano, mas mora em Petr?polis, ressalta ainda a falta de publicidade e incentivo ao turismo para o ponto na cidade.

"N?o se v? nenhuma placa ou foto no centro da cidade que remeta ? essa beleza que se v? aqui. A falta de publicidade tamb?m colabora para que juizforanos e gente que vem de fora n?o utilize e desfrute desse lugar t?o bonito como ele merece", comenta.

O presidente da Conventions Bureau, Marco Ant?nio Menezes, uma empresa sem fins lucativos da cidade, que pretende incentivar o turismo como escape para o desenvolvimento, reconhece que ainda h? muito o que fazer para que o Morro do Cristo seja considerado um ponto tur?stico. Ele comenta que a falta de infraestrutura do local ? evidente e que ainda h? muito para ser feito.

O Secret?rio de Turismo da Prefeitura de Juiz de Fora concorda: "Pouqu?ssimas cidades possuem um mirante natural t?o bonito como Juiz de Fora. Mas h? de se reconhecer que de uns anos para c?, o Morro do Cristo n?o tem sido muito aproveitado".

J?lio Gasparette concorda que deveriam existir a?es que aproveitassem concretamente o pr?dio da antiga TV Industrial, que hoje pertence a Prefeitura, assim como deveria-se preocupar mais com a quest?o da infraestrutura do local.

No entanto, o secret?rio afirma que estudos de melhoramento do potencial tur?stico est?o sendo viabilizados e que ele, em nome do prefeito Alberto Bejani, se compromete a em no m?ximo 120 dias, colocar em pr?tica algumas das reinvidica?es da popula??o.