Interven?es do Tio Sam Economista avalia impactos para JF e regi?o, da poss?vel parceria entre Lula e Bush, na cria??o da "Opep do Etanol"

Fernanda Leonel
Rep?rter
08/03/2007

?s 19h30 desta quinta-feira, dia 08 de mar?o, o presidente norte-americano George W. Bush desembarca no Brasil cercado de pol?micas. A seguran?a foi refor?ada, o tr?fego a?reo fechado, pintaram e intensificaram a sinaliza??o das ruas de S?o Paulo pelas quais ele deve passar, derrubaram barracos de favelas na regi?o da sua estadia..

At? mesmo em Juiz de Fora, houve repercuss?es. Durante a tarde, uma manifesta??o convocada pela CUT Zona da Mata protestou contra a presen?a do l?der americano no pa?s, enquanto o Espa?o Mezcla, defensor da Cultura Latino Americana, na cidade, tamb?m publicou nota avisando que o local estaria de portas fechadas, de luto.

Mas as controv?rsias n?o ladeiam s? quest?es sociais e pol?ticas. O grande objetivo do presidente americano ao visitar o pa?s - a discuss?es de quest?es ligadas ? exporta??o do etanol - tamb?m alimentam pol?micas.

Se de um lado, h? quem defenda que a parceria com os EUA, principal economia do pa?s, possa ajudar o Brasil na comercializa??o do ?lcool como produto de exporta??o - o que h? mais de 30 anos j? ? um objetivo do governo - h? tamb?m quem acredita exatamente o contr?rio. Muitos s?o os que analisam o interesse dos EUA na parceria com o governo brasileiro como mais uma a??o de "domina??o" do pa?s.

O analista econ?mico Guilherme Ventura (no topo), conversou com o Portal ACESSA.com sobre os pontos positivos e negativos que poderiam resultar de poss?vel acordo entre Lula e Bush. Ventura tamb?m analisou o que Juiz de Fora e a Zona da Mata t?m a perder ou ganhar com a hipot?tica "Opep do Etanol".

Para o economista, formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), mestre pela PUC do Rio de Janeiro, ? preciso analisar a quest?o com calma, verificando todos as poss?veis perdas e ganhos que cada um dos pa?ses envolvidos pode ter. "? preciso que o Brasil coloque seus interesses sobre a mesa, seja firme e s? fa?a pactos que sejam realmente bons. S? assim pode ser produtivo", analisa Ventura.

O economista destaca que a curto prazo n?o vai ser poss?vel que o consumidor sinta a diferen?a no bolso. A possibilidade de pacto com os EUA para um fornecimento est?vel do "combust?vel alternativo" n?o muda em nada nas bombas de combust?vel, pelo menos agora.

Trabalhando com quest?es hipot?ticas, Ventura destacou que, no futuro, se tudo acontecer de maneira que beneficie o mercado brasileiro, pode acontecer dos pre?os diminu?rem. Isso porque a evolu??o e produ??o do biocombust?vel poderia aumentar e se firmar, o que deslocaria a aten??o excessiva do petr?leo, e poderia gerar queda dos pre?os.

Cria??o de usinas e expans?o da economia
Para o economista, se o Brasil se "posicionar" bem no acordo, pode ter como ganhar com isso sim, j? que a fronteira agr?cola do pa?s ? forte. O resultado imediato disso, seria a constru??o de usinas, que, na pr?tica, mudam a vida de uma cidade.

Al?m de injetar dinheiro na economia local e gerar empregos, essas usinas atraem uma s?rie de outras pequenas ind?strias como a de equipamentos e pe?as, que s?o usadas na produ??o do ?lcool. A partir da?, como tudo em economia, a rea??o ? em cadeia: mais empregos, mais gente de fora, crescimento do com?rcio e da cidade. Apesar de Juiz de Fora n?o estar na zona de produ??o de cana de a?car nacional, essa seria uma possibilidade vi?vel, caso o acordo acontecesse e fosse positivo.

Carona de outros setores na exporta??o
Para Guilherme Ventura, a poss?vel facilidade que empresas e ind?strias de outro ramo possam ter com o acordo entre EUA e Brasil ?, para Juiz de Fora e Zona da Mata, o ponto mais pr?ximo de realiza??o.

A hip?tese seria que o governo brasileiro s? participaria do acordo caso acontecesse a redu??o das barreiras para exporta??o do produto no pa?s norte-americano e que esse acordo poderia, de alguma forma, beneficiar outros produtos brasileiros.

"Apesar da nossa regi?o n?o ter uma tradi??o de exporta??o, h? setores que se beneficiar?am com isso como as empresas automobil?sticas que produzem carros aqui", explica.

Profiss?es em ascens?o
Outro efeito da economia do ?lcool ? o surgimento de cursos e disciplinas em universidades que formam profissionais especializados para trabalhar em usinas, na ind?stria que se forma ao seu redor e no campo.

A oferta de m?o-de-obra deve ser maior e, como toda novidade, acaba pegando o mercado de trabalho "mais despreparado". H? apostas para as profiss?es de bi?logo, engenheiro e administrador, por exemplo.

Possibilidade de investimento na bolsa de valores
Caso a produ??o de etanol, ganhe um fornecimento est?vel, ? poss?vel que ele possa se transformar em moeda nas bolsas de valores. Um investidor comum pode aplicar seu dinheiro em a?es de empresas do setor e ganhar com isso.

A expectativa de pontos "positivos" a esse assunto ? que o etanol possa ganhar a mesma cara das bolsas de negocia??o do petr?leo: diferentes tipos de produtos e um mercado futuro de pre?os, o que garantiria cota?es relativamente previs?veis para produtores.