Terça-feira, 26 de novembro de 2019, atualizada às 18h45

Vacinação antirrábica na zona urbana não deve ocorrer este ano em Juiz de Fora

Angeliza Lopes
Repórter

A segunda etapa da campanha de vacinação contra raiva na Zona Urbana de Juiz de Fora não deve ocorrer este ano. O motivo está relacionado ao número insuficiente de doses repassadas para a imunização de cães e gatos na cidade. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG), o Governo Federal, responsável pela distribuição das vacinas, através do Ministério da Saúde, repassou para o Estado, em abril, 58% - que corresponde a 2,5 milhão, do quantitativo necessário para as campanhas do ano, e a entrega do restante, anteriormente prevista para julho, não foi realizada.

O Ministério da Saúde informou que o laboratório fornecedor reprogramou a entrega das doses da vacina por conta de suspensão na produção por 180 dias, e, por este motivo, tem adquirido doses em quantidade suficiente para atender somente a demanda mensal dos estados para a vacinação de bloqueio de foco - quando um animal é diagnosticado com o vírus da raiva.  

Devido a redução do estoque nacional, o MS diz que adotou novas estratégias para distribuição de doses aos estados, baseada em análise de risco, priorizando localidades com casos confirmados de cães e gatos positivos para raiva, com variante de cão, nos últimos cinco anos.

"Estão contemplados nesse critério de prioridade de acordo com o risco epidemiológico todos os municípios do estado do Maranhão, municípios dos estados da região Nordeste (CE, PE, PI, RN) e de fronteira com a Bolívia (MS, MT, RO e AC). Assim, o Minas não é considerado área de risco".

O Ministério da Saúde reforça que orienta os estados verificarem os saldos remanescentes da vacina do ano de 2018, nos municípios. "Estas doses poderão ser utilizadas em áreas de maior relevância em alguns estados e/ou bloqueio de foco. Ressalta-se que caso necessário, o MS tem estoque estratégico para a realização de bloqueio de foco se o quantitativo enviado não for suficiente".

Atualmente, o Brasil encontra-se próximo à eliminação da doença causada por vírus canino da variante 2. A raiva é uma doença infecciosa aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, com letalidade em praticamente 100% dos casos, quando não tratados.

Campanha na zona rural

Segundo a Secretaria de Saúde de Juiz de Fora, na Zona Rural a campanha foi realizada de forma satisfatória. Nestas áreas da cidade, 7.063 cães e 1.052 gatos foram imunizados, totalizando 8.115 animais, entre os dias 15 de julho e 2 de agosto. Duas equipes, com 14 pessoas, cada, trabalharam, percorrendo todas as zonas rurais, contemplando ainda localidades limítrofes com as regiões dos bairros Grama, Barreira do Triunfo, Náutico e Linhares. A pasta informa que o município recebeu total de 15 mil doses, assim, o estoque não está desabastecido para atender bloqueios de foco da doença, caso ocorram.

Estoque em MG

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) recebeu, do Ministério da Saúde, 2,5 milhões de doses. A Secretaria acrescenta que as Unidades Regionais de Saúde Divinópolis, Juiz de Fora, Patos de Minas, Ponte Nova, Pouso Alegre, Sete Lagoas, Ubá, Uberaba, Uberlândia, Varginha receberam um  total parcial correspondente a 58% da vacina, considerando o histórico epidemiológico das unidades de maior vulnerabilidade para raiva por variante 2. "Há, ainda, um pequeno quantitativo, 10 mil doses em estoque estratégico".

Orientações em caso de suspeita de animal contaminado

Juiz de Fora não está entre as áreas críticas do país em incidência da doença. O último caso de raiva canina registrado na cidade foi em 1998, conforme Secretaria Municipal de Saúde. Mesmo assim, a SES-MG reforça a importância da intensificação das atividades de vigilância do programa da raiva:

  • Notificação de qualquer suspeita de raiva animal ou humana em 24 horas;
  • Realização de bloqueio de foco conforme recomendado no guia de vigilância em saúde do Ministério da Saúde;
  • Em caso de agressão por cães, gatos ou outros animais, a pessoa exposta deve ser orientada a lavar o ferimento com água e sabão e procurar imediatamente assistência médica;
  • Notificação e investigação do caso de atendimento antirrábico humano, monitoramento do tratamento adequado e oportuno, e análise regular do banco de dados do SINAN;
  • Intensificação de capacitação de profissionais de saúde sobre a indicação adequada dos esquemas de profilaxia;
  • Execução do monitoramento de circulação viral com o envio de amostras para diagnóstico laboratorial da raiva;
  • Intensificação das ações de educação em saúde visando reduzir as agressões por animais.

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