O governador Romeu Zema (Novo) comunicou, na noite desta quinta-feira, 11 de março, a demissão do secretário de estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral.
Ele estava pressionado após abertura de CPI na Assembleia para investigar a vacinação de 500 servidores da pasta contra a COVID-19.
“Comunico o afastamento do Dr. Carlos Eduardo da Secretaria Estadual de Saúde. Agradeço o trabalho que realizou à frente da secretaria, em especial no combate à pandemia e na gestão para a futura retomada das obras dos Hospitais Regionais no Estado”, escreveu Zema no Twitter.
Romeu Zema também ressaltou que o estado "tem um dos melhores resultados no enfrentamento ao coronavírus graças à responsabilidade da gestão" de Amaral.
Ainda segundo Zema, "reafirmei que determinei que os órgãos de controle do Executivo apurem o processo de vacinação de servidores. O secretário prestou esclarecimentos e me garantiu que todas as ações adotadas são técnicas e legais. Também cobrei que o secretário apresente todos esses esclarecimentos à sociedade. A vacinação é a esperança dos brasileiros e a solução contra o vírus. Manifestei meu desejo de ver vacinadas com a maior velocidade e prioridade as pessoas que estejam expostas a maior riscos".
Entenda o caso
As críticas ao secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, surgiram a partir de Reunião Especial realizada pela ALMG na quarta-feira, 10, em que o próprio dirigente da pasta de saúde admitiu que aproximadamente 500 servidores administrativos do setor foram vacinados, por sua decisão. Muitos deles não têm contato com o público e portanto não seriam prioridade, de acordo com o Plano Nacional de Imunização.
Presidente da Comissão de Saúde da ALMG, o deputado João Vítor Xavier (Cidadania) cobrou providências do governador Romeu Zema (Novo) sobre os fura-filas da Secretaria de Saúde.
João Vítor Xavier disse considerar correto que o próprio secretário de saúde tenha sido vacinado, pelo fato de ele visitar com frequência locais de atendimento aos doentes. “Ele de fato compõe a linha de frente (de combate à Covid)”, admitiu o parlamentar.
O presidente da Comissão de Saúde disse não aceitar, no entanto, que assessores de comunicação e secretárias que não têm contato com o público tenham sido vacinados, enquanto há idosos de 80 anos em Minas que não foram imunizados. João Vítor Xavier afirmou que o secretário tentou justificar algo imoral e que espera um comportamento diferente do governador. “Acredito na boa fé do governador. Ele não defende o que está errado”, declarou o deputado.
Outros parlamentares, como Cleitinho Azevedo (Cidadania) e Virgílio Guimarães (PT) defenderam explicitamente uma investigação da ALMG sobre a questão e, ao final da reunião, um pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso foi acatado pelo presidente da Casa, deputado Agostinho Patrus (PV).
Virgílio Guimarães ressaltou que o Plano Nacional de Imunização permite a priorização de servidores administrativos, desde que eles tenham contato com o público. Mas a Secretaria de Estado de Saúde não teria observado essa regra. “Houve uma interpretação abusiva da regulamentação. A Assembleia tem obrigação fiscalizatória”, afirmou o deputado petista.
Quem assume
Quem assume o cargo de secretário é o médico Fábio Baccheretti, atual presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), responsável pela gestão das unidades no Estado.
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