Par?quia Greco-Melquita S?o Jorge
Fazendo um misto de arrojo arquitet?nico e tradi?es bizantinas, a Igreja Melquita destaca-se por sua forma arredondada e ritos em tr?s idiomas


*Marinella Souza
Colabora??o
13/12/2007

A Par?quia Greco Melquita S?o Jorge pertence ao arcebispado greco-melquita para todo o Brasil, situado em S?o Paulo. Com forte presen?a da imigra??o ?rabe, Juiz de Fora ganhou seu templo melquita em 1958.

Os imigrantes, crist?os do oriente, que viviam na cidade, ?quela ?poca, sentiram a necessidade de construir uma igreja em que tivessem um espa?o de ora??o pr?prio, ent?o, surgiu a Igreja Melquita, como ? conhecida, no bairro Santa Helena

Segundo o padre, Jo?o Carlos Teodoro, respons?vel pela igreja, estar na Par?quia Greco-Melquita S?o Jorge ? perceber a multiplicidade que a Igreja Cat?lica oferece aos seus fi?is.

"Nossa missa obedece o rito bizantino, dessa forma, ? rezada em portugu?s, grego e ?rabe", diz o p?roco. Ele explica que para manter a tradi??o e, ao mesmo tempo se fazer entender, repete em ?rabe e grego os trechos que fala em portugu?s e as m?sicas tamb?m s?o cantadas nas tr?s l?nguas.

Embora tenham uma mesma cren?a, o rito bizantino e o romano (aplicado nas igrejas cat?licas apost?licas romanas) s?o totalmente diferentes entre si. Por?m, padre Jo?o Carlos se julga incapaz de diferenci?-lo e lan?a m?o de dados hist?ricos para faz?-lo.

Foto de Padre Jo?o Carlos "Diz a Hist?ria que por volta do s?culo IV, quando da pacifica??o da vastid?o do Imp?rio Russo, o imperador espalhou tr?s grupos pelo oriente a fim de que procurassem uma religi?o para o povo russo. Um desses grupos parou em terras constantinoplas e teve contato com o rito bizantino. Diante daquele ritual t?o diferente, o l?der do grupo assim o descreveu para o imperador: 'n?s n?o sab?amos se o c?u estava na terra ou se a terra se elevar? ao c?u, o que sab?amos ? que Deus ali habitava'", conta padre Jo?o Carlos.


Soma de tecnologia e arte

O arquiteto, Ant?nio Carlos Duarte, acredita que o grande charme da Melquita est? justamente nessa tradi??o bizantina que se contrap?e a um estilo arquitet?nico modernista. Segundo ele, a forma esf?rica estruturada em concreto armado em que se edificou a igreja ? uma influ?ncia da estrutura de Bras?lia. "Essa forma singular foge aos nossos padr?es culturais, remete ?s quest?es espaciais em voga na ?poca de sua constru??o", avalia o arquiteto.

Foto da ab?boda da igreja Foto dos altar Foto da fachada da Melquita

Foto da fachada da Melquita Foto de igreja invadindo a rua Foto da fachada da Melquita

O arquiteto explica que a igreja se destaca na paisagem porque se coloca em uma ?rea verde, na regi?o mais alta do terreno, o que permite uma ampla perspectiva da igreja. "Essa ? uma voca??o portuguesa que seguimos muito no Brasil, construir as igrejas nas partes mais altas da topografia", ensina.

Outro aspecto curioso, ? que o terreno ? triangular e a constru??o tem formas arredondada, o que faz com que a igreja invada um pouco o espa?o p?blico. A laje externa ? um detalhe que, para o arquiteto merece destaque.

"A laje externa funciona quase como um mirante sobre a cidade", diz ele. Ant?nio Carlos destaca que, apesar do arrojo modernista, a estrutura da igreja segue padr?es tradicionais. "O desenho segue um plano central, que ? o centro da circunfer?ncia e a disposi??o dos bancos ? a mesma que a da igreja cat?lica".

Decora??o interior

O decorativismo interno segue a tradi??o bizantina de n?o exaltar os santos. As imagens s?o est?ticas, planas, n?o demonstram vida como as da tradi??o romana.

Nessas imagens, quando o elemento natural aparece, ? de forma simb?lica. As imagens s?o majest?ticas, hier?rquicas. E essa hierarquia ? sentida no zelo ao Sant?ssimo: ele se encontra escondido, protegido por uma cortina, em sinal de respeito. Essa cortina s? se abre durante as celebra?es.

Foto de imagem Nossa Senhora Foto do Sant?ssimo Foto de imagem dos ap?stolos

S?o Jorge

Foto de S?o Jorge O padroeiro da Par?quia Greco-Melquita ? S?o Jorge. Segundo o padre Jo?o Carlos, S?o Jorge ? muito venerado no oriente crist?o por ter se tornado um m?rtir por defender a f? crist?.

"Ele era um jovem militar que viveu na Capad?cia (regi?o da Turquia), por volta do s?culo IV e, como todo soldado, prestava culto ao imperador. Quando decidiu abandonar o paganismo e seguir a f? cat?lica foi punido com a degola", explica.

A imagem de S?o Jorge montado no cavalo branco e lutando contra o drag?o simboliza a luta crist?. O cavalo branco ? o s?mbolo da pureza, da for?a e do entusiasmo. O drag?o representa as for?as do mal, a mentira, a morte, a injusti?a.



*Marinella Souza ? estudante de Jornalismo da UFJF