Castigo: Mito ou disciplina?

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Castigo:
Mito ou disciplina?
::: 24/12/2002

"O verdadeiro s?bio n?o reprime nem castiga, Educa"
EENCA

N?o se deve satisfazer o instinto de vingan?a ou o ressentimento, nem utilizar-se do castigo como v?lvula de escape para a raiva provocada. Que sejam punidas apenas as faltas! O castigo muitas vezes ? utilizado como m?todo de disciplina e educativo. Quando se recorre ao castigo, fica evidente que faltaram melhores argumentos para orientar a crian?a. O castigo tem duas fun?es ? age como meio preventivo da repeti??o de atos inaceit?veis e contribui para estruturar o superego infantil, isto ?, mostrar ? crian?a o que ? certo ou errado.

Estudantes se lembram mais facilmente de notas ?timas que obtiveram anos atr?s e n?o conseguem, muitas vezes, se lembrar de mat?rias em que foram reprovados. Isso vem em apoio ? id?ia do castigo representar sempre algo penoso e de dif?cil lembran?a. Alguns estudiosos de Psicologia parecem aceitar o fato de que a crian?a precisa sofrer o castigo para adquirir mais rapidamente a auto disciplina indispens?vel ? vida social.

Al?m disso, como castigo vem de uma situa??o emotiva psicol?gica especial, ? naturalmente de car?ter espec?fico pessoal, isto ?, a mesma infra??o da crian?a ? recebida diferentemente conforme o indiv?duo ? atingido. E o castigo ser? diferente tamb?m.

Reagimos diversamente quando a infra??o ? cometida por uma crian?a ou uma que n?o sabemos quem ?, quando conhecemos a fam?lia, quando estamos de bom humor ou irritados, e assim por diante.

Portanto, podemos considerar o castigo como rea??o pessoal, objetivando corrigir, reprimir ou modificar determinado ato ou atitude considerados inaceit?veis, segundo os padr?es e costumes da sociedade particular em que vivemos. O que se deve evitar sempre e ? um assunto em que torno a insistir, ? que, jamais, dever? o adulto tornar o castigo uma forma de vingan?a pessoal ou proje??o de outros sentimentos que a falta da crian?a desperta em n?s, adultos.

Os castigos em suas formas mais comumente utilizadas s?o:
  • Corporal
  • Priva??o
  • Isolamento
  • Repress?o

    As vantagens dos m?todos n?o corporais de castigo, como priva??o, isolamento e repreens?o , sobre os corporais, s?o evidentes:

  • N?o h? sofrimento f?sico para a crian?a
  • A dura??o e a severidade do castigo podem ser variadas
  • O ressentimento infantil n?o perdura
  • Terminando o castigo, a crian?a reassume sua posi??o
  • Os sentimentos pessoais de quem aplica o castigo n?o interferem (como no caso do castigo f?sico

  • O ideal seria trabalhar com a hip?tese de realidades onde o castigo n?o fosse aplicado e fosse substitu?do por di?logo, compreens?o, colabora??o e afeto m?tuo. Mas se sabe o quanto isto ? dif?cil. Por isto, entram outras varia?es, como o castigo.

    Existem fatores que precisam ser levados em considera??o em caso de castigo:

  • Antes de castigar, analisar a conduta infantil
  • Ser coerente com a penalidade
  • A crian?a deve compreender o porqu? da puni??o
  • O castigo deve ser imediato ? falta
  • A puni??o deve ser justa
  • O castigo n?o deve visar a crian?a, e sim a falta cometida
  • N?o esperar que o castigo ensine.

    O castigo ent?o, quando aplicado, dever? ser construtivo, objetivando a educa??o e o senso de responsabilidade, levando a crian?a ou ao adolescente a compreender o motivo da puni??o e considerar justa a penalidade, buscando aprender e conseguir um comportamento melhor.

    - N?o existe aqui id?ias de oposi??o ao castigo; n?o tenho d?vidas de que ? uma das formas de impor limites, e de exercer autoridade, t?o necess?rios a forma??o de um car?ter saud?vel e produtivo. Proponho entretanto, uma reflex?o.

    - N?o raro ocorre que pais separados, adotivos ou que trabalham demais adotam a pol?tica da eterna gratifica??o, criando os filhos no reino do prazer e da fantasia. Isto pode gerar problemas em conduta nos filhos a posterior.

    - ? importante encontrar o equil?brio, buscar o tempo todo o equil?brio, e demonstrar o equil?brio.

    - ? muito mais f?cil seguir exemplos do que s? ouvir palavras... ou gritos.!

    - ? importante tamb?m, ? muito, dizer N?O. A crian?a que n?o vive frustra?es ter? dificuldades em encarar obst?culos e opini?es contr?rias ?s suas.

    - Falar a mesma linguagem, sem exageros, (sem que um pai precise usar um bon? virado para tr?s por exemplo), ? uma boa forma de encontrar o equil?brio necess?rio.

    - A crian?a precisa de afeto e de limites e das pessoas que cuidam dela, que a amem e indiquem caminhos. E a?, estes ser?o bons, com certeza!


    V?nia Fortuna
    ? psicanalista e conselheira em depend?ncia qu?mica na cl?nica Psicomed
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