Ana Stuart Ana Stuart 12/3/2010

Um convite à mulher moderna

sapato de salto alto pisando em uma florSegundo Engels, as mulheres nômades tinham seus filhos com os homens também nômades e com isto elas sabiam quem eram seus filhos, lhes eram dados os alimentos e os agasalhos.

Em contra partida os homens não sabiam quem eram seus filhos e ainda tinham que alimentá-los e agasalhá-los junto às mulheres.

Com o passar do tempo foram se formando tribos onde os homens passaram a ser donos das mulheres, dos filhos, dos alimentos e das terras.

E esta foi a virada do matriarcado para o patriarcado.

Claro que vários fatores contribuíram para esta virada, e claro também que a mulher nunca deixou de ser a matriarca - só que a grande maioria não sabe disso.

Depois veio a 2ª Guerra Mundial e com isto, morreram muitos homens em combate ou ficaram inutilizados para o trabalho.

A partir daí as mulheres tiveram que sair de seus papéis de apenas cuidadoras de seus lares para ingressarem no campo de trabalho até então dito masculino.

Com isto elas foram descobrindo seu imenso potencial nas diversas áreas de atuação profissional e acadêmica.

Atualmente através de pesquisas realizadas, foram especificadas as mulheres matrifocais, que são aquelas que cuidam de seus filhos sozinhas, como as viúvas, as mães solteiras, as separadas e as amantes.

Podemos perceber a partir das observações de Engels até o momento, o quanto as mulheres se fortaleceram, porém será que esta mulher tão forte e guerreira sabe lidar com as próprias emoções?

Quando nos referimos às mulheres que amam demais, na verdade estamos falando da "mulher que se ama de menos".

Por estarmos no mês da mulher, convido a todas nós mulheres para pararmos e pensarmos se estamos aprisionando as pessoas que convivem conosco - sejam maridos, namorados, companheiros, filhos, parentes, amigos, etc - para serem os súditos que são obrigadas a suprir nossas carências, nossos medos e inseguranças em nome de nossa "dedicação a eles"?

Se estamos "comprando" companhia por não sermos capazes de viver em solitude? Uma vez que a solidão nos causa pânico por significar que estaremos em péssima companhia que é a nossa própria?

Que precisamos fazer chantagem emocional utilizando-nos da histeria ou da auto-piedade para conseguir o que queremos em nossa intimidade, quando lá fora damos conta de coordenar com tranquilidade várias pessoas?

Parar para pensar se não estamos utilizando o grande status de sermos mãe para coordenar a vida do outro em cima de nossas frustrações? Ou se ainda estamos na fase canguru, que é na dependência de nossos pais com a desculpa de "cuidar deles", quando na verdade estamos com medo de bater asas e voar?

E principalmente parar para pensarmos se estamos felizes com nossas próprias escolhas ao invés de sugarmos a escolha do outro, de ser peso para o outro?

Achar nosso próprio caminho independente do outro e ao mesmo tempo junto com o outro, independente da idade que tivermos, pode ser o pulo do gato!!



Ana Stuart
é psicóloga e terapeuta familiar