Segunda-feira, 19 de abril de 2010, atualizada às 18h30

Juizforanos têm dificuldades de encontrar vacinas contra a Gripe A em clínicas particulares

Aline Furtado
Repórter

As pessoas que não estão incluídas nos grupos definidos como prioritários pelo Ministério da Saúde (MS) têm dificuldades de receber a dose da vacina contra a Gripe A em Juiz de Fora. Isto porque as clínicas particulares da cidade não contam com o medicamento.

O Portal ACESSA.com entrou em contato com quatro clínicas e a informação, na maioria, é de que a previsão de recebimento da vacina é para o mês de maio. O valor deverá variar entre R$ 100* a R$ 130*.

A vacina distribuída pela rede pública é diferente daquela disponibilizada nas clínicas particulares. "Na rede privada, temos vacinas múltiplas, ou seja, uma mesma dose atua contra o vírus Influenza A e o vírus da gripe clássica", explica o infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Mário Novaes.

O médico destaca que as vacinas têm chegado à cidade de modo fracionado, ou seja, aos poucos. "Recebemos cerca de 100 doses, as quais já terminaram, e não há previsão de chegar mais. Contudo, acredito que até o inverno a situação esteja resolvida, havendo doses que atendam à demanda." As negociações das clínicas particulares são realizadas diretamente com os fabricantes das vacinas.

Segundo o infectologista, como se trata de uma doença pandêmica, o ideal é que todas as pessoas acima dos seis meses de idade recebam a dose. "Quando se fala em pandemia, é importante lembrar que as pessoas têm, tiveram ou terão a doença, por isso a importância da imunização."

Entretanto, o custo da vacina pode representar dificuldades para algumas famílias. Este é o caso da dona de casa Rosana Henriques de Almeida. "Somos quatro pessoas na minha casa. Apenas a minha filha mais velha está incluída em um dos grupos prioritários. Até tinha intenção de tomar a dose, mas se somar o que vou gastar comigo, com minha filha mais nova e com o meu marido, vai ficar bem caro."

Novaes ressalta que a tendência para o próximo ano é que as vacinas sejam distribuídas de forma conjugada. "Isso resolve não só a questão de abrangência de doenças prevenidas, como também a logística, que envolve, por exemplo, o armazenamento das doses."

Alteração na vacinação de idosos

Devido ao atraso no repasse das doses das vacinas contra a gripe comum, o MS alterou o calendário de vacinação de idosos acima dos 60 anos nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Com isso, a imunização contra a gripe sazonal, que teria início no dia 24 de abril, passa para o dia 8 de maio e prossegue até o dia 21 de maio.

Aqueles que tiverem doenças crônicas também serão imunizados contra o H1N1. Nesse caso, os idosos que sofrem destas doenças poderão optar por antecipar a vacinação contra a Gripe A já a partir de 24 de abril. Aqueles que fizerem esta opção terão que voltar aos postos de vacinação mais uma vez para tomar a vacina da gripe comum, entre 8 e 21 de maio. Já quem preferir, pode aguardar até 8 de maio para tomar as duas vacinas de uma única vez.

Balanço

De acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira, 19 de abril, pelo MS, 28,3 milhões de pessoas foram imunizadas contra a Gripe A, o que representa 47,5% do público brasileiro convocado nas três primeiras etapas. Segundo o órgão, a vacinação de grávidas, doentes crônicos e jovens de 20 a 29 anos permanece abaixo do esperado.

O grupo com menor índice de vacinação é o de jovens com idades de 20 a 29 anos, que teve  cobertura de 41%, quando a meta é de 80%. Também abaixo do esperado está a imunização de grávidas, com 54%, e de doentes crônicos, com 56,2%. Apenas os grupos de crianças com idades de seis meses a dois anos incompletos e profissionais da saúde tiveram a meta alcançada. No caso das crianças, a imunização já alcança 86%, enquanto a cobertura dos profissionais da saúde já alcançou o índice de 100% de vacinação.

*Os valores foram fornecidos em abril de 2010.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes