Quarta-feira, 4 de setembro de 2019, atualizada às 8h14

JF registra um caso de sarampo importado confirmado e outro em investigação

Da redação

Juiz de Fora registrou o primeiro caso de sarampo. A vítima é um adolescente, de 16 anos, com somente uma dose da vacina tríplice viral registrada em sua caderneta de vacinação. Ele é morador do Bairro Novo Horizonte.

Durante a investigação, foi constatado que o adolescente esteve em outra cidade e teve contato com parentes que residem em São Paulo, região onde há surto da doença. Conforme previsto em protocolo, foi colhida uma amostra de sangue do paciente, enviada para Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, para análise. O Departamento foi informado pela Fundação que o resultado do exame acusou positivo. Esse caso é considerado, de acordo com os padrões de avaliação do Ministério da Saúde, como importado.

Segundo a assessoria da Secretaria da Saúde (SS), "uma equipe do setor de imunização realizou o bloqueio vacinal na sala de aula do estudante. Após avaliar as cadernetas de vacinação, houve necessidade de vacinar quatro estudantes e quatro funcionários da escola. A medida foi adotada conforme recomendação do Ministério da Saúde".

O segundo caso é referente a uma criança, sexo feminino, de 1 ano e nove meses, moradora do Bairro Morro da Glória, com somente uma dose da vacina tríplice viral registrada em sua caderneta de vacinação. O caso está em investigação. Uma amostra de sangue foi colhida e enviada para a Funed, a fim de descartar ou comprovar o caso por meio de exames mais complexos, como o de sorologia.

Segundo dados do Setor de Imunização, da SS, na última campanha de vacinação contra o sarampo, realizada em 2018, a cobertura atingiu o índice de 95,68%.

O sarampo

O sarampo é uma doença viral, infecciosa, aguda, grave, transmissível, contagiosa e comum na infância. Geralmente, os primeiros sintomas são: febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo, com direção cabeça-membros), sintomas respiratórios e oculares. No quadro clínico clássico, as manifestações (além da presença de febre e exantema maculopapular) incluem tosse, rinorreia (rinite aguda), conjuntivite (olhos avermelhados), fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral).

Esquema vacinal

A vacina contra o sarampo, conhecida como tríplice viral, faz parte do “Calendário Nacional de Vacinação” e está disponível durante o ano todo nas salas de vacinação do município. São necessárias duas doses da vacina para a pessoa estar imunizada por toda a vida, ou seja, as doses administradas no passado são válidas e não há necessidade de se vacinar novamente. É imprescindível que crianças, adolescentes e adultos estejam com a caderneta vacinal ao procurar uma unidade de saúde. Quem não tiver em mãos o cartão vacinal, e não souber se já foi imunizado, deve procurar a UBS de referência para análise do caso e vacinação, quando o profissional de saúde responsável pelo atendimento entender como necessário.

Em crianças

1ª dose: administrada aos 12 meses (1 ano de idade)

2ª dose: administrada aos 15 meses (1 ano e 3 meses de idade)

Em adolescentes e adultos até 29 anos: duas doses, com intervalo de 30 dias entre as doses.

Pessoas entre 30 e 49 anos tomam apenas uma dose.

Contraindicações da vacina

A vacina é contraindicada em registro de imunodeficiências congênitas ou adquiridas (clínica ou laboratorial grave), infecção pelo HIV em pessoas com taxas de CD4 (células do sistema imunológico) menor que 15%, gestantes e pessoas com alergia grave aos componentes da fórmula.

Dose zero

Seguindo recomendação recente do Ministério da Saúde (MS), publicada em agosto de 2019, crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 1 ano devem ser vacinadas contra o sarampo. Em Juiz de Fora, a imunização está disponível nas 63 unidades Básicas de Saúde (UBSs), no Departamento de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (DSMCA) e na sala de vacinas do Posto de Atendimento Médico (PAM Marechal), localizada no terceiro andar do prédio. Conforme orientação do MS, esta dose da vacina não é válida para fins do calendário nacional de vacinação da criança, ou seja, com um ano deverá tomar a primeira dose, e com 15 meses a segunda, para que seja considerado imunizado.

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