Uso de adoçantes pode provocar problemas de saúde A maioria dos produtos têm como base o ciclamato de sódio ou a sacarina sódica, que podem provocar elevação da pressão arterial, entre outros problemas

Aline Furtado
Repórter
21/8/2010

Usados como forma de substituir o açúcar, seja devido a dietas ou a problemas de saúde, os adoçantes podem ser encontrados de várias formas no mercado. Contudo, o uso do produto requer cuidados, a fim de que problemas à saúde sejam evitados.

De acordo com a nutricionista Wanessa Aquino, os adoçantes são constituídos por princípios artificiais que substituem o açúcar, capazes de adoçar sem gerar calorias. Por isso, o produto também é utilizado por pessoas que têm diabetes, já que o uso reduz os níveis de glicose na corrente sanguínea.

A maioria dos adoçantes encontrados no mercado, tanto os líquidos quanto aqueles em forma de pó, são artificiais e têm como base as substâncias ciclamato de sódio ou sacarina sódica. Esta última é composta por enxofre e nitrogênio. "Adoçantes com os princípios ciclamato e sacarina são também os mais baratos." Wanessa explica que os adoçantes em pó são muito usados no preparo de bolos e doces, como pudins, por exemplo. O pó é adicionado aos outros ingredientes durante o preparo da massa.

Os males provocados pelos produtos são decorrentes do sódio, que pode contribuir para a elevação da pressão arterial, entre outros problemas. "No caso de pessoas que têm predisposição a doenças renais, como cálculos por exemplo, o problema pode ser aumentado. Além disso, adoçantes que têm o ciclamato de sódio e a sacarina sódica em sua fórmula não devem ser usados por grávidas e crianças. A sacarina pode acarretar doenças hepáticas e hiperatividade."

Além dos problemas à saúde, quando o objetivo é perda de peso, este pode não ser alcançado. "Muitas vezes as pessoas se queixam de que não observam resultados com o uso de adoçantes, ou seja, que não emagrecem. Isso pode ser explicado pelo fato de o produto não saciar." Os adoçantes funcionam como "enganadores" do organismo, porque mascaram a quantidade real de calorias ingeridas, o que faz com que o organismo associe o sabor doce à baixa ingestão de calorias. O correto seria associá-lo ao aumento do número de calorias ingeridas. Isto explica o possível ganho de peso.

Aspartame

O aspartame é uma substância presente em alguns adoçantes, seja em pó ou líquido. Wanessa lembra que este tipo de produto é indicado para pessoas que apresentam pressão arterial elevada. "A utilização não deve ocorrer no preparo de massas, já que ele deixa forte gosto residual."

O produto é contraindicado para quem tem fenilcetonúria, um tipo de doença metabólica. Quando é aquecido, o aspartame, que não apresenta calorias e não provoca cáries, perde a propriedade adoçante.

Os mais indicados

Entre os adoçantes mais indicados estão aqueles que têm como base a sucralose e a estévia. Podendo ser encontrados em pó e na forma líquida, os produtos têm origem vegetal. "São extraídos da cana-de-açúcar, mas são alterados clinicamente, reduzindo os malefícios à saúde." Os dois tipos podem ser usados, inclusive, por crianças e gestantes, e mais, não apresentam calorias e não provocam cáries.

Dicas

Para evitar problemas à saúde, a nutricionista dá orientações com relação à quantidade de adoçante. "As pessoas devem ficar atentas às quantidades indicadas, como quatro gotas para cada 200 mililitros, ou uma xícara de café."

Além disso, Wanessa lembra que é importante variar entre as opções encontradas no mercado, não só com relação às substâncias, como também na forma de apresentação, ou seja, pó e líquido. "O ideal é que seja usado de forma intercalada, a cada três meses."

Açúcar light

Diferentemente do açúcar convencional, que apresenta quatro calorias em um grama, o açúcar light apresenta menor teor calórico porque ele é misturado a adoçantes. Trata-se de uma combinação entre o açúcar convencional e o adoçante, o que pode ser prejudicial à saúde. "O malefício é ainda maior, já que os perigos acarretados pelo açúcar comum se juntam àqueles provocados pela sacarina e pelo ciclamato."

Os textos são revisados por Thaísa Hosken