Leon Cleveland Leon Cleveland 17/04/2015

Mortal Kombat X: O novo ápice

mortalUma coisa que pouca gente gosta de admitir é que nós, geeks e nerds, seja lá qual for a mídia, temos um certo orgulho daquilo que amamos. Acompanhamos a tal coisa com tanto afinco que algumas pessoas ficam surpresas com a forma com que esbanjamos conhecimento e informação para algo, supostamente, supérfluo. A coisa mais impressionante que existe, neste nosso universo tão rico e diverso, é ter o prazer de acompanhar algo desde seu comecinho, ver cada passo do seu desenvolvimento, até se tornar um gigante naquilo.

Eu tive este prazer com Mortal Kombat.
Ver uma série de games que atingiu o status de cult e caiu nas graças da cultura popular é para poucos. Vê-la atingir um novo ápice é mais raro ainda. Mortal Kombat X é exatamente isso: A confirmação da condição pop (num bom sentido) e a afirmação do novo ápice da série.

Visualmente falando, o game é deslumbrante. Os cenários são bem feitos e cumprem mais do que "bem" o papel ambientador, sendo muito rico em detalhes (que te farão pausar o game, acredite). Os personagens também são um show a parte, em especial a novata D'Vorah, recheada de texturas visuais tão bem modeladas que são táteis, com algumas ressalvas, como outra novata na série, Jacqui Briggs, que ficaram bem mais ou menos. Ainda falando de riqueza de detalhes... Caramba, que Fatalities, hein? MKX é, tranquilamente, mais brutal e violento que seus outros nove jogos e traz consigo uma miríade de finalizações que vão deixar os mais fracos enojados, expondo de forma perfeita ossos, músculos e órgãos.

Na parte sonora, MKX fica no meio-a-meio. As músicas que ambientam o jogo são ótimas e variam em intensidade conforme o round, acrescentando toda uma gama de dramaticidade e (porque não?) ansiedade. Os efeitos sonoros ficaram excelentes, em especial os sons que rolam durante os fatalities, mas a dublagem... Não que tenha ficado ruim – não vou nem entrar no mérito da HORROROSA (eu bem que avisei) dublagem da cantora Pitty, que emprestou a (enfadonha) voz para Cassie Cage e nos "presenteou" com frases toscas como "Eu vou equalizar sua cara" – mas ficou bem abaixo da média, com erros bobos de tradução e alguns probleminhas de direção de dublagem. Ainda há o Modo História, que me deixou meio em dúvida. Embora seja bem contada, a história é bem rasa e tenta promover conceitos estranhos em Mortal Kombat, como jovens adultos e o seu crescimento (!!) e laços de família (!!!), tudo isso num num universo violento, brutal e lotado de mortes. A impressão que fica é que esse modo história pavimentou o caminho para a nova geração de personagens – que, aliás, ficam os parabéns para a equipe. Um terço dos personagens é de novatos e isso é um movimento muito corajoso, especialmente para uma série com quase 20 anos de existência – mas feita de forma muito, muito incomum.

Agora, no que tange gameplay, é até fácil afirmar: Mortal Kombat X é o melhor jogo da série até então. MKX traz um jogo de luta bem polido, balanceado (algo importante para as partidas online) e muito diversificado. As mecânicas de jogo que vieram no Mortal Kombat de 2011 permanecem e as novas, como o sistema de Variações dos personagens, que acrescentam novas possibilidades de combos e jogabilidade para o plantel de lutadores e os novos brutalities (finalizações instantâneas) – aliados à movimentação e animações suaves dos personagens – transformam MKX numa experiência ímpar. Os modos online divertem e fazem com que a socialização seja gostosa e nada forçada. O netcode ainda pode melhorar, mas já é uma senhora evolução se levarmos em conta MK2011.
Em linhas gerais, Mortal Kombat X é simplesmente fantástico. Jogo que vale a pena a compra de um novo console/PC e que vale mais a pena ainda ter dois: um para jogar e o outro para emoldurar.

Mortal Kombat X foi publicado pela Warner Bros. Games e desenvolvido pelo NetherRealm Studios. É distribuído aqui pela WB Games do Brasil.


Leon Cleveland é formado em Comunicação Social pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. É fã de desenhos animados, mitologias, heavy metal, culinária, gastronomia, bacon e é completamente apaixonado por games. Tão apaixonado que sua Tese de Conclusão de Curso foi "O uso da Linguagem Cinematográfica nos Games". Já escreveu para várias publicações, analógicas e digitais, sobre o assunto e planeja se especializar na recente área de "Crítica de Videogames".

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