Nome do Colunista Leon Cleveland 22/09/2015

30 Anos de Mario Bros.: Faça você mesmo

márioSe você NUNCA, mas NUNCA MESMO, jogou um game do Mario, você precisa – imediatamente – parar tudo que você está fazendo e dar um jeito de jogar. Especialmente os clássicos. Agora, você que já jogou algum Mario, vem comigo nesse review de Super Mario Maker, para o Nintendo WiiU.

Você, pelas roladas da rodinha do mouse pelo Facebook já deve ter se deparado com umas fases humanamente impossíveis do game Super Mario World, do SNES. Tais (isso mesmo, no plural) fases são MODs, modificações na codificação do jogo que permitem essas barbaridades insanas no game, porém, são extraoficiais, feitas por fãs e aspirantes a programadores. Mas, vamos combinar: sempre foi algo muito legal você pode customizar o jogo nas mais variadas formas. E seria interessante se Mario trouxesse essa mecânica desde o começo.

Bom, trouxe agora, na forma de um jogo inteirinho só para isso. É como diz o ditado, né? "Antes Tarde Duke Nukem"

Super Mario Maker é isso daí que falamos. Um editor, glorificado, de fases do Mario. "Muh, o que tem de legal nisso?", você me pergunta e se pergunta ao se deparar com a capa amarelo-alaranjada que chama a sua atenção feito os arcos amarelos do McDonald's e com nosso bigodudo favorito (depois do Freddie Mercury?) no maior estilo construtor civil. Mas o interruptor da diferença em Super Mario Maker não é só a possibilidade de criar e dividir as fases – aliás, dividir só depois de completar, para dar aquela filtrada e evitar os manezões que fazem estágios impossíveis e se gabam por isso – mas tá na extensão de todo esse conteúdo criativo e a forma como isso conversa com o jogador.

Você prefere jogar do que fazer? Não se preocupe: A comunidade de Super Mario Maker é robusta e trocentas fases, das mais sérias até as mais impossíveis, passando pelas zoeiras e pelas fases musicais, podem ser encontradas para download. Não tem saco pra pesquisar? Beleza, tente o 10-Mario Mode, onde você joga por fases criadas para mostrar como o material do jogo funciona, ou, você não tem preocupação com o tipo de estágio que joga, pode tentar o 100-Mario Mode, onde a reserva imensa de estágios criados pela comunidade vão aparecendo um atrás do outro para você.

Depois de jogar algumas fases, você começa a liberar conteúdo para montar as suas fases. Ok, é chato ter que ler uma cacetada de manuais e esperar os conteúdos "chegarem" (alguns demoram 24h!), mas ainda assim, a quantidade de conteúdo e a forma como esse conteúdo é apresentado ao jogador é que cativa. Através do gamepad do WiiU, você coloca as peças. Blocos, blocos com interrogação, cogumelos, inimigos... E a variedade é imensa. Além de novas "roupinhas" para o Mario, temos a estreia do Mystery Mushroom, que o transforma em OUTROS personagens da Nintendo, que são destravados via Amiibo ou desafios do jogo. Experimentem jogar com o Mario no kart e veja que doidera. E a cereja do bolo: Você pode alternar entre 4 estilos de gráfico! O Super Mario Bros. e Super Mario Bros. 3 de NES, o Super Mario World de SNES e o New Super Mario Bros. U do WiiU. Isso adiciona um certo frescor no jogo e possibilita algumas variações bem interessantes de jogo.

Numa época onde, lentamente, os jogos começam a ser definidos pela sua comunidade, é de se esperar que uma boa parte do conteúdo criado pelos jogadores seja babaca e bem impossível de se jogar, para jogadores mais casuais. Não é incomum ver fases com títulos remetendo a jogos difíceis, como Dark Souls e Megaman (os antigos) e isso pode acabar afastando uma galera desse excelente jogo. Por outro lado, Super Mario Maker tem cara, corpo e jeito de game para festas, podendo ser usado até mesmo como uma ferramenta para aguçar a criatividade de crianças (e porque não adultos?)

No geral, Super Mario Maker é um jogo que vale muito mais pela curiosidade e pela experiência de ser um desenvolvedor de estágios do que pelo fator "jogabilidade". Ao contrário do que parece, equilibrar desafio, criatividade e diversão é tarefa para poucos. Quem sabe esse não é o seu primeiro passo para o mundo do desenvolvimento de jogos?


Leon Cleveland é formado em Comunicação Social pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. É fã de desenhos animados, mitologias, heavy metal, culinária, gastronomia, bacon e é completamente apaixonado por games. Tão apaixonado que sua Tese de Conclusão de Curso foi "O uso da Linguagem Cinematográfica nos Games". Já escreveu para várias publicações, analógicas e digitais, sobre o assunto e planeja se especializar na recente área de "Crítica de Videogames"

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