Vídeos para celular A febre do momento no mundo eletrônico é fazer filmes através de celular e também assistir por ele a algumas produções


Daniele Gruppi
Repórter
18/04/2008

O celular que era, até bem pouco atrás, utilizado apenas para fazer ligações, agora, já funciona para tirar fotos, escutar música, acessar a internet e jogar videogames. Entretanto, a febre do momento no mundo eletrônico é explorar outras funções que o aparelho permite: fazer filmes através de celular e também assistir por ele a algumas produções.

Atualmente, qualquer pessoa que possui um celular com uma câmera pode filmar cenas comum do cotidiano, como ir a uma balada, ao shopping e ao aniversário e transformá-las em vídeo. Pode também captar acontecimentos importantes, dignos de uma reportagem, cedê-los a uma emissora de televisão e ganhar o crédito de um cinegrafista amador.

Segundo o professor de Televisão, Cristiano Rodrigues, concentrar em só aparelho diversos recursos trata-se da convergência - uma tendência do campo tecnológico. Para ele, em um futuro próximo toda a população vai ser produtora e consumidora de pequenos vídeos. "A linguagem multimídia vai ser democratizada e qualquer pessoa vai receber e emitir informações audio visual. O custo dessas tecnologias está cada vez mais acessível".

Cristiano explica que os vídeos feito pelo celular são amadores, mas que os festivais e mostras de cinema estão abrindo espaço para estas obras. "Antes apenas a classe artística fazia um filme, agora não é mais assim. A idéia é popularizar o acesso à arte".

As produções possuem limitações técnicas, que são enumeradas pelo professor: "A definição das imagens não é boa. Para um trabalho profissional não dá para serem utilizadas. A iluminação é deficiente e tem a questão do tempo. Geralmente, é possível realizar de 30 a 40 segundos de filmagem".

A vantagem, segundo ele, é o baixo custo. Ele acredita que os filmes são ideais para a comunicação, como passar um recado, para humor e publicidade. Cristiano ressalta que qualquer celular que tenha uma câmera pode ser utilizado para se captar imagens para as produções. "Quanto mais definição o aparelho tiver, melhor o vídeo vai ficar. Existem aparelhos que já tem programas próprio para edição".

 

Foto de uma câmera do celular Foto do Cristiano Rodrigues Foto de celçular mostrando um vídeo

 

Conteúdo para celular

O editor de filmes Daniel Dias afirma que em países como os Estados Unidos e Inglaterra assitir filmes pelo celular é um hábito mais comum do que no Brasil. "As pessoas pagam para ter acesso a conteúdos de entretenimento pelo celular. No Brasil, é preciso, além de melhorar as redes de telefonia, criar um mercado consumidor, que ainda é tímido para se investir nessas produções". Ele acredita que os vídeos para celular são sinais da modernidade.

Desde setembro de 2007, Daniel trabalha com edição de vídeo para celular para uma empresa na Inglaterra. Ele recebe as imagens via e-mail, faz o trabalho e envia de volta para a organização. "A edição é diferente de uma que seria feita para um comercial ou para um video institucional. Por mais que os aparelhos lançados recentemente tenham telas maiores, ainda são pequenas. Devido ao tamanho e à definição, os movimentos precisam ser mais lentos".

Assistir filmes no celular muda o comportamento do espectador e da cultura cinematográfica, em que a pessoa dedica um tempo para mergulhar no universo das telonas. Com o aparelho ela pode em um ponto de ônibus, na sala de espera do médico curtir algumas cenas. Depois, quando tiver novamente uns minutos ocioso no dia, assiste às outras partes. Ele oferece mobilidade. O conteúdo não é assistido todo de uma só vez. Segundo Cristiano Rodrigues, quando se vê filmes em celular ou quando o baixa pela internet, perde-se a áurea do cinema.