Segunda-feira, 15 de junho de 2020, atualizada às 17h37

FaceApp volta a bombar e retoma discussão sobre suposto roubo de dados

Da redação

Com o filtro para "mudar" de gênero, o FaceApp voltou com tudo neste final de semana. Depois de fazer sucesso por deixar as pessoas com fisionomia mais velha, ele permite que o usuário veja sua imagem no sexo oposto. A hashtag "faceappchallenge" (desafio do FaceApp, em português) conta com mais de 198 mil publicações no Instagram, e celebridades como Chris Evans, Wesley Safadão e Tatá Werneck participaram da brincadeira.

O FaceApp também disponibiliza outros filtros para fotos com aplicação de tecnologia de reconhecimento facial, como alterar a cor dos cabelos e o sorriso. O aplicativo grátis para celulares Android e iPhone (iOS) foi desenvolvido pela empresa russa Wireless Lab e é, mais uma vez, alvo da discussão sobre suposto roubo de dados. Por isso, é importante tomar conhecimento sobre a Política de Privacidade e os Termos de Uso do FaceApp antes de baixá-lo na App Store ou na Google Play Store.

FaceApp é seguro?

Conforme alega o comentarista de tecnologia Stilgherrian ao veículo ABC News, a Política de Privacidade do FaceApp é considerada vaga por ser padronizada, o que “efetivamente oferece a você nenhuma proteção”. Depois disso, a última atualização do documento do FaceApp foi feita no dia 4 de junho. Assim, o conteúdo a seguir foi retirado da versão mais recente do documento.

Em “Informações pessoais que coletamos”, o tópico inicial, é explicado o que acontece quando você usa o aplicativo. Assim, é explicitado que o FaceApp obtém acesso apenas às fotos fornecidas para modificação, por exemplo. Elas “permanecem na nuvem por um período limitado de 24 a 48 horas após a última edição da fotografia, para que você possa retornar à imagem e fazer alterações adicionais, se assim desejar” e as imagens não são utilizadas para outros fins. Os provedores de nuvem são o Google Cloud Platform e o Amazon Web Services.

As informações cedidas são relacionadas ao modelo do smartphone, à versão do sistema operacional, à resolução de tela, ao idioma, à data, à hora, aos sites que foram visitados, além de “outras informações sobre o dispositivo que você está usando para acessar o aplicativo”. Essa não especificação abre espaço para o acesso a dados que o provedor do software julgar necessário saber. É válido frisar que, caso você tenha conectado alguma rede social ao login do FaceApp, as suas informações nelas contidas serão acessadas. O mesmo acontece com seu histórico de compras, caso você assine a versão premium.

Em seguida, o texto explica como são usadas as informações pessoais do usuário. Em suma, o FaceApp determina que essa ação é realizada para melhoria do desempenho do app, para direcionamento de anúncios e de marketing. Entretanto, seus dados podem se tornar anônimos e serem compartilhados com terceiros, como ressalta o trecho que diz: “podemos usar esses dados anônimos, agregados ou desidentificados e compartilhá-los com terceiros para nossos fins comerciais legais”.

Após, em “Como compartilhamos suas informações pessoais”, a empresa garante: “não divulgamos fotos ou vídeos de usuários a terceiros”, então, as outras informações cedidas são compartilhadas com: afiliados da empresa; provedores de serviço; parceiros de publicidade; plataformas de terceiros e redes de mídia social; conselheiros profissionais — advogados, banqueiros, auditores e seguradoras —; para conformidade, prevenção e segurança de fraudes; e para fins de transferências de negócios.

Termos de Uso do FaceApp

Termos de Uso do software foram atualizados pela última vez em 3 de dezembro de 2019. Neles, o usuário garante permissões contratuais à empresa do app.

No tópico “Conteúdo do Usuário”, consta: “você concede ao FaceApp uma licença global, não-exclusiva, isenta de royalties e totalmente paga para usar, reproduzir, modificar, adaptar, criar trabalhos derivados, distribuir, executar e exibir seu conteúdo do usuário durante o termo deste contrato”. Isso quer dizer que as suas fotos podem ser utilizadas para fins publicitários, por exemplo, sem que isso seja perguntado previamente, uma vez que os Termos de Uso contemplam essa cessão.

Adiante, alguns termos ficam abertos a interpretações múltiplas, como o 13º tópico, referente à “Transferência e processamento de dados”. Ele somente dispõe a informação: “ao acessar ou usar nossos serviços, você reconhece e, conforme aplicável, consente com o processamento, transferência e armazenamento de informações sobre você nos Estados Unidos e em outros países”. Então, os seus dados podem estar em nações sobre as quais você não tem conhecimento.

Desativar permissões

Nas configurações do seu celular, você pode desativar as permissões de acesso de qualquer aplicativo. Para isso, é preciso selecionar o app em questão e procurar por “Permissões”. Então, desligue as chaves que permitem a interação do software com o seu smartphone. Isso pode fazer com que você seja novamente perguntado sobre a ativação quando for usá-lo outra vez.


Com informações do TechTudo