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Djenane Pimentel
Repórter
31/03/05
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Muitas vezes nos deparamos com alguém que se deu muito bem na profissão e é
comum pensar: qual é a receita do sucesso? Como será que esta pessoa chegou
lá? Será que tinha dinheiro quando investiu neste negócio? Será que sempre
foi rico? Será que pegou dinheiro emprestado?
A resposta nem sempre é tão simples como um sim ou um não. A única verdade é que, para se chegar ao sucesso, é preciso ter coragem de arriscar. Não que sentir medo seja errado. É natural ter medo, afinal, é este sentimento que nos protege de fazer tantas besteiras. Mas, o medo vira problema quando é exagerado.
Se não tivessem deixado o medo de lado, as jornalistas Izaura Rocha e Kátia Dias (foto abaixo) não teriam investido em um negócio no qual não possuem a mínima experiência: uma livraria. Segundo Izaura, as duas amigas sempre tiveram o sonho de possuir uma livraria charmosa, que conjugasse leitura, arte e café. Mas isso era um plano distante, até que surgiu a oportunidade de ouro: uma livraria de renome estava sendo vendida em Juiz de Fora. Elas não pensaram duas vezes, compraram.
"Tiramos a sorte grande, já que não temos experiência no ramo, a não ser como jornalistas e leitoras assíduas", conta. "Todo dia, para nós, é um aprendizado".
O trabalho, segundo Izaura, é grande. "Temos que atualizar permanentemente o
acervo, porque por mais que os clássicos sejam muito procurados, as pessoas
estão sendo querendo as novidades, os lançamentos", diz.
Apesar de ter comprado a livraria com tudo dentro, Izaura e Kátia afirmam que modificaram algumas coisas, para melhor. "Adquirimos novos livros, fizemos mais contatos com colaboradores e editoras, além de algumas mudanças no espaço", afirmam.
As novas proprietárias contam que querem valorizar mais a parte do café, porque as pessoas adoram este ambiente. "A livraria A Terceira Margem existe há sete anos e tem gente que vem aqui só para ler o jornal e tomar um cafezinho... algumas até se sentam na mesma mesa todos os dias. É muito interessante", diz Izaura.
Ela conta que, aos poucos, estão conseguindo trazer mais divulgação e atrair mais pessoas para a livraria. "Apesar de ser conhecido, o nome da livraria ainda é restrito ao meio intelectual", diz. Em seis meses de aquisição do negócio, outra modificação foi a criação de um cantinho infantil de leitura e de um espaço onde são realizadas exposições periódicas, com os artistas locais.
"Este é um mercado difícil para se investir. Não é igual a um restaurante, por exemplo, onde as pessoas fazem fila para entrar. Não existe nenhum tipo de campanha para se estimular a leitura no país. Além disso, este é um mercado que vive das datas. Sempre quando é uma data comemorativa, a venda aumenta. Se não, estaciona. Daí a necessidade de se agregar outros elementos, que são atrativos para as pessoas", explica.
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Transformar o que já se têm | ![]() |
Quem dorme no ponto não consegue acompanhar o ritmo do mercado atual, cada
vez mais concorrido e competitivo. E a família Vianna Jr. sabe disso. Sabe,
principalmente, que não adianta ser igual a todo mundo.
O Instituto Vianna Júnior - fruto de um sonho da família, que começou a ser construído em 1940 pelos irmãos Joaquim, Antônio, Romeu e Walbet - foi se fortalecendo com o passar dos anos. Hoje, é um complexo educacional que vai do maternal à faculdade. Mas, a trajetória não foi fácil.
Segundo a atual diretora-presidente, Jacqueline Pires Vianna Whitaker (foto acima), os objetivos daquela época eram bastante diferentes dos de hoje e as condições financeiras de seu pai e tios, também. "Eles vieram de uma família muito simples. À noite, lecionavam e, durante o dia, trabalhavam nas mais diferentes funções: secretários, diretores, limpavam o colégio... isso até que a escola evoluísse e eles pudessem pagar funcionários", conta.
Em 1996, Romeu de Mattos Vianna, com a ajuda da filha Jacqueline, assumiu a presidência do grupo e revolucionou o ensino da faculdade. "Ele quebrou todos os paradigmas, foi um líder, incentivador e educador nato. Sua preocupação sempre foi de exaltar a cultura e promover o melhor ensino que poderíamos proporcionar à cidade e região", diz.
Novos cursos e faculdades surgiram em Juiz de Fora, mas isso não assustou Jacqueline.
Pelo contrário, a motivou. "Agregamos mais cursos à faculdade, contratamos
mais agentes para cargos de liderança, remodelamos a equipe, fizemos um
plano estratégico bastante robustecido, traçamos nossos objetivos e estamos
tentando atingí-los", avisa.
"É difícil, porque a gente trabalha com circunstâncias que, muitas vezes, não domina. O mercado é agressivo e anti-ético, compromete a qualidade do ensino, e nós não queremos entrar neste jogo mercadológico. Meu papel é de educadora", diz. Jacqueline destaca que o Vianna Júnior não nasceu ontem porque o mercado se abriu. Ele já vem de uma tradição, que teve início em 1940. "Hoje, somos a 14ª melhor faculdade de Direito do país e este reconhecimento é fruto de muito trabalho sério", afirma.
Ela lembra que seu primeiro emprego foi como secretária, arquivando documentos. "O que me ajudou muito a conhecer o trabalho realizado em toda a instituição". Atualmente, Jacqueline faz MBA em gestão estratégica, para aprender a lidar melhor com as dificuldades que enfrenta na administração do Instituto.
"É difícil lidar e agradar a tantos funcionários e três mil alunos. Procuro, da melhor forma, fazer isso, mas, até mesmo na hora de dizer um não, você tem que saber explicar o seu não. Este é o ponto em que considero a grande virada da instituição: a democracia administrativa, onde todos tem o direito de falar, de votar. Aqui, não existe estrela. Somos uma constelação", finaliza.
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