Manicura e Pedicura
Mercado em alta e cursos profissionalizantes que prometem
um "diferencial"
que se transforma em lucro para a embelezadora das mãos e pés
Repórter
13/03/2007
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Elas são as profissionais da beleza. Cuidam de partes do corpo que mulheres e homens apreciam e por isso são tão valorizadas. Os números dos profissionais estéticos confirmam: mulheres vão três vezes mais ao salão para fazer unhas dos pés ou mãos do que para arrumar um cabelo, por exemplo.
A vaidade das mulheres faz a profissão de manicure ser uma das mais procuradas. E o curso profissionalizante, que pretende fazer a diferença no currículo dessas profissionais, também. Segundo a instrutora do curso de manicuro, Mônica Guimarães (foto ao lado), não há uma turma que se abra que não tenha as vagas preenchidas.
E para quem pensa que esse grande número de profissionais está
saturando o mercado, a resposta de Mônica Guimarães, que soma nove anos de experiência
na área é surpreendente. "As turmas estão no mercado. Passam turmas e turmas e
sempre temos boas notícias dos nossos ex-alunos", afirma.
Para Mônica, a questão primordial para o sucesso das profissionais está exatamente no diferencial que elas construíram ao longo do curso. A instrutora frisa que quem paga pelos serviços de manicura ou pedicura, sabe dos riscos, por exemplo, de uma contaminação, e por isso, prefere o profissional capacitado, que lhe passe segurança.
"As pessoas sabem valorizar e pagam mais por um profissional competente. Além do mais,
vale a pena lembrar que quando a gente fala de contaminação, não é só a questão do
sangue, que é muito debatida. Fazer a unha em qualquer lugar, sem uma esterilização
adequada, pode render uma hepatite ou uma micose"
.
Esse fator 'pagar a mais' despertou a sua curiosidade? Vamos falar de dinheiro, então... Segundo as previsões de Mônica Guimarães, uma profissional gabaritada, que saiba se valorizar no mercado e que tenha se especializado para isso, pode ganhar até R$ 2 mil reais por mês.
Isso porque, segundo a instrutora, há públicos dispostos a pagar mais pela
qualidade do atendimento, além do serviço de quem "faz melhor" ser mais procurado.
"Tem gente que faz unha a R$ 2. Tudo bem. Deve ter uma fila de gente lá para fazer.
Mas eu sempre falo com as minhas alunas: 'enquanto essa profissional tem que trabalhar
50 vezes, você pode cobrar R$ 20 e fazer quatro pés e mãos'"
, enfatiza.
O curso profissionalizante em Juiz de Fora tem carga horária de 100 horas/aula e dura, em média, um mês e meio. As turmas são formadas por 12 alunos, aproximadamente.
Diferença no mercado
O conhecimento abrangente, que engloba outras áreas que extrapolam o
"fazer manual", torna uma manicura com curso profissionalizante "diferente"
das outras profissionais, segundo Mônica.
No curso, as alunas adquirem conhecimentos na área da saúde para evitar contaminações. Conhecimentos de micoses, unhas fracas ou alguma outra situação são identificadas por elas, que apontam um profissional especializado para cuidar do assunto.
Questões ligadas à higienização do local, dos instrumentos de trabalho e das mãos também fazem parte do cotidiano de estudos das manicuras. Disciplinas como ética do trabalho e legislação da categoria também ajudam a ampliar conhecimentos importantes para quem pensa do futuro.
"As especialistas no curso de manicuro trabalham com luvas e máscaras, por exemplo.
Coisas que parecem simples, mas que fazem toda diferença: tanto para quem faz
o serviço, quanto para quem recebe"
, ressalta Mônica.
No curso, as alunas também ficam antenadas com as novas tendências da arte de transformar mãos e pés. A decoração de unhas, ramo muito rentável no mercado, é disciplina obrigatória no profissionalizante.
E engana-se quem pensa que essa profissão foi feita "só para elas". Há homens nos cursos
de manicuro - mesmo que em menor quantidade - e que são destacados pelas professoras como
altamente capacitados para lidar com mãos e pés. "Em muitos casos,
eles chegam a ser até mais perfeccionistas
que elas",
destaca Mônica.
Futuras manicuras
Carla Cristina (foto ao lado) diz que sempre foi vaidosa.
"Se pudesse, ia no salão
de beleza todo final de semana. Acho muito legal
as pessoas bonitas e se cuidando"
, afirma. O gosto pela coisa a
levou ao curso profissionalizante.
Quase se "formando" ela aconselha o curso para quem pretende trabalhar na área. Para Carla é um mercado que nunca cai, já que a vaidade das mulheres é sempre uma variável forte.
Novata no assunto, comenta que o curso foi muito produtivo e que ela acredita que
pode ajudá-la muito na profissão escolhida. "Aprendi até noções de mercado. Já fiz
meus cartõezinhos com nome, celular e especificando
os serviços que aprendi a fazer"
.
Já Cynthia Colen Martins, fez o caminho inverso. Largou a prática
para se especializar. A profissional trabalhava há oito anos em salão, e afirma que
resolveu fazer o curso depois de perceber o quanto as manicures era solicitadas pelas
clientes de todos os salões que passou.
"Além do mais, tudo que eu estou aprendendo aqui é conhecimento somado, que vai me
valorizar ainda
mais como profissional. Com o uso das luvas e máscaras eu posso proteger
minha cliente e ela valorizar isso, como cuidar da minha saúde também", resume
Cynthia.