Artigo
A eterna guerra dos sexos
::: 26/07/2002

Vagarosamente, valores sociais, no que diz respeito ao papel da mulher, ao longo dos tempos, v?m tomando uma nova forma. Aliada ? postura feminina, nada est?tica, questionadora e modificadora, um novo paradigma relacional despontou. T?o sutil quanto o que se costuma dizer a respeito dos gestos de uma mulher, p?de passar desapercebido aos olhos de alguns desatentos espectadores componentes da popula??o masculina. Entretanto, o resultado da novidade n?o tem sido t?o delicado assim. Tendo em vista o movimento feminista e a t?o comentada emancipa??o da mulher, tornou-se interessante uma reflex?o sobre o comportamento e a posi??o do homem inserido nesse contexto.

Enfrentam uma crise de identidade. Perderam a refer?ncia a partir do momento em que as mulheres resolveram se intrometer num campo que foi consolidado como masculino. Existem pesquisadores afirmando que nesse novo mil?nio a classifica??o de sexo fr?gil pode ser atribu?da, sem cerim?nia, a eles.

Imaginando que manteria seu espa?o permanentemente assegurado uma grande parcela de homens ficou inerte. Em contrapartida, tamb?m grande parte do mulherio, afoita por conquistar o seu lugar ao sol, movimentava-se sem sossego, buscando melhorias profissionais, sociais e emocionais. Ao longo dessa caminhada, acabou se equiparando ao homem em v?rios setores e superando-os em outro. Tornou-se mais exigente e menos tolerante.

Percebendo-se nessa nova atmosfera o homem encontra-se imbu?do pela necessidade, cada vez maior, de realiza??o profissional e obriga??o de assegurar o prazer feminino. Para ele ainda ? dif?cil dissociar masculinidade de uma carteira generosamente recheada e do mito do ?garanh?o?. Dentro dessa rigidez associada ? obrigatoriedade hist?rica da conten??o do choro e de qualquer emo??o, fica cada vez mais dif?cil entrar em contato com seus pr?prios sentimentos. Ao passo que isso ? absolutamente comum e at? mesmo esperado em mulheres. Em virtude disso, elas t?m mais facilidade para lidar com as rela?es sociais, mais traquejo e jogo de cintura.

Acredita-se que nunca o homem tenha se sentido t?o pressionado como atualmente. As separa?es s?o mais freq?entes, pois as mulheres est?o se tornando mais impacientes no relacionamento, mais imediatistas e exigentes. Nesse meio ? importante ressaltar que a depend?ncia emocional do homem para com a mulher dentro de um relacionamento ? descarada, ao passo que a antiga depend?ncia pr?tica de mulheres para com homens ? cada vez menor. Assim, pode-se observar um aumento, ainda que t?mido, da procura masculina pelos consult?rios de psicologia. Com receio de expor seus sentimentos, conflitos e ang?stia, no meio onde vive, busca, de maneira louv?vel, ajuda profissional.

Entretanto, nessa hist?ria n?o s?o somente os rapazes a experimentar a sensa??o de desconforto. Tamb?m as mo?as apresentam suas dificuldades de adapta??o. Algumas, na obriga??o de abra?ar a causa feminista, fazem uma certa miscel?nea entre esse movimento, o comportamento masculino e o suposto jeito de ser feminina. Costumam tentar externar atitudes que seriam, at? ent?o, predominantemente masculinas, usando express?es, id?ias, ou at? mesmo vestu?rio que seriam pr?prios dessa comunidade. Nessa linha de pensamento pode-se imaginar que ao copiar um modelo j? pronto, socialmente aceito e visto como vitorioso a conquista de um espa?o estaria garantida. Mas, n?o ? muito bem isso que se tem observado.

Se os ?nimos est?o exaltados, cumpre a busca do equil?brio. Talvez esse equil?brio apare?a com a aceita??o de um pelo outro. Aceitar e oferecer o que cada um tem de melhor. Proporcionar a ajuda emocional da qual o homem est? precisando e at? procurando e diminuir a cobran?a. J? que o paradigma de conduta da mulher est? se alterando seria bom que o ideal do super homem tamb?m mudasse um pouco, abrindo espa?o para que possa surgir uma nova pessoa.


Denise Mendon?a de Melo
? psic?loga, formada pelo
Centro de Ensino Superior
de Juiz de Fora.
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