Artigo
Segunda Fam?lia

::: 27/04/2006

Atualmente temos observado que as pessoas que se separam , seja pelo motivo for, n?o desistem de buscar um novo ou nova companheiro(a). ? a eterna busca da felicidade, do companheirismo, da cumplicidade e do n?o estar s?, apesar de sabermos que somos e seremos eternamente s?s, afinal ningu?m sente a mesma coisa , ningu?m sofre igual , ningu?m morre pelo outro quando chega a hora do outro.

Apesar das pessoas acharem que se complementam com o outro , n?o percebem que o pulo do gato ? se complementarem consigo mesmas , a? sim, ter?o condi?es de encontrar o outro.

Normalmente as pessoas levam para o segundo relacionamento a mesma doen?a, n?o saindo da mesmice, afinal ainda buscam no outro o que lhes falta, sem antes trabalharem as pr?prias dificuldades , mudando apenas o perfil visual do outro e n?o o psicol?gico .

Exemplo: se a mulher sustentava o primeiro marido, e n?o se tratar, atrair? um novo relacionamento com as mesmas caracter?sticas, naturalmente reclamando que n?o tem sorte.Outro exemplo: o homem foge da mulher autorit?ria e consumista , da mesma forma, se n?o achar o que o levava a aceitar isso, culpando sempre o outro, tamb?m atrair? outra companheira com o mesmo perfil e a? ? claro, ser? a grande v?tima tristonha e b?bada procurando de bar em bar a terceira, quarta ou quinta companhia, dizendo-se a v?tima.

Percebe? Eu sou o problema e n?o o outro, quem tem que se modificar sou eu. Cad? a coragem? As pessoas quando v?em algu?m trocando sistematicamente de parceiro, na eterna busca da felicidade pode-se pensar duas coisas: ou estas pessoas s?o muito corajosas ou muito doentes, ou os dois...

Neste ?nterim est?o os filhos de ambos sem entender nada, ou calados entendendo tudo sem se pensar nada porque querem ver os pais felizes de uma forma ou de outra; o que eles n?o suportam s?o os gritos, brigas constantes, chantagens emocionais, ficarem no meio como escudos ou como meninos de recado , ou como pais dos pais sem idade para tal.

A? minha gente, sabe quem entra na hist?ria achando que vai salvar tudo? Os av?s com muita pena dessas pobres crian?as e massacram os malvados pais sem ju?zo, segundo eles. Na verdade, est?o trazendo para si problemas que devem ser resolvidos pelos pais e n?o por eles, desta forma, est?o alimentando Peter Pans e Cinderelas. Afinal, crescer para qu?? Assumir responsabilidades para com os filhos para qu??

N?o estou criticando av?s carinhosos e preocupados que abra?am causas temporariamente em rela??o aos netos, at? que os filhos se ergam novamente e se reencontrem para levar seus filhos para segunda fam?lia ou terceira.

E agora? Como ficam os filhos de um e os filhos de outro na mesma casa? Com cria?es diferentes, h?bitos diferentes e lotados de resist?ncias e ci?mes. Passado o per?odo de lua de mel desta nova fam?lia, ou lua de fel, haver?o as afinidades ou n?o, haver? o respeito e a dignidade de permitir que cada um caminhe com as pr?prias pernas dentro da verdade com amor .

Voc? j? viu verdade com raiva no que d?? ? um perigo, a batalha ? acirrada, socorro! Chamem o bombeiro, ou a parteira ou o 109, ou o exorcista.

Pesando bem, quem sabe a melhor alternativa ? reunir todo mundo, conversar e casa um falar exatamente o que sente, de bom ou de ruim. E mesmo que sair de tudo, a? sim, define-se o que fazer sem culpa e sem medo, pois sem di?logo n?o h? salva??o.

Caso voc? n?o consiga fazer isso sozinho (a), busque ajuda com urg?ncia! N?o permita que a sua felicidade v? pelo ralo pela culpa ou pelo medo, tente sempre e sempre, saiba que nascemos para sermos felizes dentro das nossas expectativas e n?o dentro das expectativas alheias.

S? tem um pequeno detalhe nisso tudo , preciso estar bem comigo mesmo(a) e firme nas minhas decis?es, s? depois disso ? que vou encontrar algu?m de verdade , sem isso ? o velho ditado ? voc? s? trocou de problema? , e pra completar levou muita gente junto que n?o tem nada haver com isso.


Ana Stuart
? psic?loga e terapeuta familiar

Sobre quais temas (da ?rea de psicologia) voc? quer ler novos artigos nesta se??o? A psic?loga Ana Stuart aguarda suas sugest?es no e-mail viver_psique@acessa.com.