Ana Stuart Ana Stuart 28/09/2007

Mulher-sensual X mulher-mãe

Ilustração de uma mulher com o filho Segundo a psicomedicina, as mulheres possuem esses dois lados, que nem sempre estão bem definidos em sua mente, embora em seu inconsciente estejam bem vivos.

A mulher-sensual não quer perder a sensação de ser desejada e muito menos perder de vista o próprio prazer, que aliás vem do instinto de sobrevivência.

Já a mulher-mãe possui o enorme instinto de maternidade no consciente e no inconsciente bastante claros.

O que vem ocorrendo é a grande valorização da mulher-sensual com a mídia do corpo, esteticamente falando. Esta informação vem trazendo muitos conflitos em relação à mulher-mãe, como: "não posso deformar meu corpo com a maternidade, ainda mais depois de ter feito cirurgias plásticas".

Exemplo disso são mulheres que abortam "espontaneamente" quando engravidam após uma cirurgia plástica. Outro caso típico são as mulheres que não conseguem engravidar principalmente quando o companheiro idolatra seu corpo ou quando essa mulher possui muito medo do parto.

Portanto, quando a mulher-mãe e a mulher-sensual entram em conflito os problemas psicológicos são recorrentes e devem ser observados com cuidado e muito carinho.

Essa mulher-mãe que exclui ou nega a mulher-sensual também acarretará vários problemas, como obesidade e dependências em geral. Daí podemos deduzir que lhe foi passada a imagem de que prazer é pecado, a não ser, é claro, para a procriação. São normalmente as mulheres que fingem orgasmo para agradar o homem e que se sentem na obrigação de tudo em relação aos familiares, menos em relação a si mesmas.

Outro fator também a ser observado é quando a mulher-sensual é radical em não querer a maternidade, é bom observar que traumas estão por trás dessa negação. Também pode ser não só o medo do parto, como também o medo de ser mãe quando ela ainda é filha e não consegue se visualizar como mãe.

Nestes casos, cabe ao homem observar em sua companheira se a mulher-mãe e mulher-sensual estão bem afinadas. Caso não estejam, seu papel é entender, conversar e não "jogar".

A mulher costuma boicotar um lado ou o outro, correndo o risco do desequilíbrio. Nesses casos cabe tanto ao homem quanto à mulher tomar muito cuidado para não contribuir com este boicote em suas filhas, irmãs ou companheiras de jornada, que levarão para as relações o que aprenderam com sua figura materna e paterna de referência.

Portanto, a mulher-sensual e a mulher-mãe são papéis importantíssimos no contexto social tanto para os homens quanto para as mulheres. Vamos nos alertar para contribuir com este equilíbrio no contexto social, esquecendo a palavra "pecado repressor", como também "libertinagem", procurando encontrar o caminho do meio.


Ana Stuart
é psicóloga e terapeuta familiar

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