Setores aguardam os clientes de última horaPela mudança da data dos eventos e pela proximidade com outros, os profissionais de bares, restaurantes, hotéis e os taxistas apostam em menor lucratividade

Pablo Cordeiro
*Colaboração
12/11/2009

Começa nesta quinta-feira, 12 de novembro, a semana do Orgulho Gay em Juiz de Fora. Além de ser celebrada pelo público LGBT, é comemorada também pelos vários setores da cidade, que veem no evento uma oportunidade de lucro extra. Entretanto, com a mudança na data do evento, que ocorreria em agosto, devido à ameaça da Gripe A, os profissionais de bares, restaurantes, hotéis e os taxistas preveem que o movimento caia 50%, em relação ao ano passado.

"A Rainbow Fest e o Miss Gay são os melhores eventos do ano para o restaurante. No ano passado, o aumento de público chegou a 80%, comparando com os dias normais. Este ano, com a alteração da data e a proximidade com as festas no Rio de Janeiro, a expectativa é baixa, em torno de 40%", ressalta a proprietária de um restaurante na área central da cidade, Isa de Oliveira.

Para a balconista de um bar próximo ao Espaço Mascarenhas, local em que serão realizados diversos shows e performances de DJs, Cíntia Mariana, o motivo da queda de público é a pouca divulgação. "Este ano vai ser fraco. No ano passado, os bares e táxis estavam decorados. Estamos contando com a sorte, mas penso que não atingiremos nem a metade do movimento de 2008." Mesmo receoso, o proprietário de um estabelecimento no Centro, Kleberson Carneiro, aumentou os estoques de alimentos e bebidas. "A boa expectativa sempre existe. Esperamos um aumento de clientes, principalmente para a sexta-feira e o sábado. O aumento nas vendas não deve passar de 30%, se comparado com os dias normais."

Esperança de última hora para os hotéis

O serviço de hospedagem é um dos setores mais prejudicados com a queda do público. Para a executiva de contas de um hotel na avenida Independência, Raquel Siqueira, as reservas direcionadas ao público interessado na Semana Gay atingiram aproximadamente 30%. "As reservas em anos anteriores chegaram a 90% e 100%. Em 2009, o movimento caiu mais da metade. Acredito que pela alteração no calendário e poucas propagandas as pessoas não criaram confiança", explica. Com um nível baixo de reservas, Raquel aposta nos hóspedes "de última hora", aqueles que vêm para o evento e não fazem reserva.

A recepcionista de outro hotel, Letícia Medeiros, indica que o número de reservas não chegou a 50% da quantidade do ano anterior. "Estamos com movimento muito tranquilo." Júlia Trindade, recepcionista de outro hotel, aponta 40% de aumento nas reservas, em relação aos dias normais. "Diminuiu quase a metade do ano passado, quando a lotação foi de 70%."

Taxistas menos pessimistas

Os taxistas ainda acreditam na melhora do movimento, mas nada perto dos índices do ano anterior. "O pessoal espera um aumento de 40% a 50%. O difícil é o trânsito em Juiz de Fora. Se fosse um pouco mais fácil, os taxistas fariam mais corridas", destaca o presidente da Associação dos Taxistas de Juiz de Fora, Luiz Gonzaga Nunes.

O taxista Ricardo Souza não aposta num incremento tão significativo dos negócios . "No máximo, 30%. Comparando com o ano passado, já está bom. A mudança da data prejudicou o serviço." Ele afirma que os turistas já estão chegando à cidade e utilizando os táxis.

*Pablo Cordeiro é estudante do 9º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernandes