Sexta-feira, 16 de agosto de 2019, atualizada às 13h

Peça As loucas sem gaiola – Les girls forever encerra a Semana Rainbow

Da redação

Neste sábado, 17 de agosto, termina a Semana Rainbow da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Das 10h às 18h, o Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) sedia o Festival Multicores. A partir das 18h, a peça “As loucas sem gaiola – Les girls forever” é apresentada no Teatro Paschoal Carlos Magno.

Completando 59 anos da arte de travestis no Brasil e no mundo, o espetáculo musical conta a trajetória artística destas personagens, que fizeram da arte uma ferramenta de combate ao preconceito e à discriminação vividos nos anos da ditadura militar brasileira. A entrada é gratuita e os ingressos estão disponíveis aqui.

A atriz Safira Bengell – que completa 40 anos de carreira – é a diretora-geral do espetáculo, que está há pouco mais de dois anos em cartaz e já realizou mais de 20 apresentações em cidades como Natal, Fortaleza, Recife, Manaus, Belém e Teresina. O musical conta com grande elenco – Aurora The Witch, Tita Tully, Saraah, Camila Borges, LOren Z , Evora e Jeycw Ferraz – e visa levar para o público um pouco da magia e do sucesso de antigos espetáculos, como o “Les Girls” original, “Rei Momo em Travesti”, “Bonecas na quarta dimensão”, “Eles no meio delas”, “Vive les femmes” e outros.

Segundo Safira, “o show foi idealizado devido à falta de registro dessa memória tão importante que é o trabalho dos transformistas brasileiros durante a ditadura, uma forma de combate à discriminação. O espetáculo tem como objetivo três palavras principais: descobrir, registrar e lembrar essas histórias”.

Com um elenco de artistas da nova e antiga gerações, a peça é um passeio por um passado em que travestis e transformistas eram presenças em espetáculos teatrais de sucesso, nos grandes bailes de Carnaval do Rio de Janeiro, em programas de TV e em show de calouros.

“Queremos tentar mudar a imagem das travestis brasileiras, que muitos ligam à Aids e à prostituição. A sociedade não conhece essas protagonistas, ainda somos vistas folcloricamente. Queremos ainda gerar emprego e renda a essa população, a essas profissionais”, argumenta a diretora. Para o resgate do passado, o show conta com projeções de fotos de antigos nomes do cenário – muitos já falecidos – e ainda abre espaço para a interação com o público, que pode tirar dúvidas. Por fim, há distribuição de material educativo das áreas de saúde e de direitos humanos.

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