Sexta-feira, 16 de outubro de 2009, atualizada às 11h

Polícia Civil cruza os braços por 24h. Serviços policiais podem sofrer gradativa diminuição até que as negociações satisfaçam a classe

Pablo Cordeiro
*Colaboração

A Polícia Civil de Juiz de Fora e a do restante do Estado estão com as atividades paralisadas, nesta sexta-feira, 16 de outubro, em protesto por melhoria salarial. Apenas 30% dos serviços, considerados essenciais, estão ativos, entre eles atendimento a ocorrências de flagrante e cumprimento de mandado judicial. Serviços como emissão de carteira de habilitação, recebimento ou registro de boletins de ocorrência, vistoria nos veículos e quaisquer expedientes de trânsito estão suspensos.

A decisão foi tomada em assembleia, no último dia 7 em Belo Horizonte, onde estiveram reunidos mais de mil policiais civis e 200 delegados. Segundo o diretor do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil Regional Zona da Mata (Sindipol), delegado Marcelo Armstrong, a categoria está saturada com o descaso do governo e a baixa remuneração. "Temos o 22º pior salário para agentes da Polícia Civil e o pior para delegados do país. Em 2007, foi prometido que estaríamos entre as três forças mais bem pagas do Brasil. Além da promessa não ter sido cumprida, recebemos a informação de que as negociações serão retomadas somente em 2010", destaca Armstrong.

pc Os delegados do Distrito Federal recebem R$ 13.000 e os agentes, R$ 6.600. Em Minas Gerais, o valor cai para R$ 4.500 e R$ 1.600, respectivamente. "Espero que o governo se sensibilize e abandone as propagandas e a mídia para cumprir o que promete. Se não fizermos pressão salarial e mostrarmos nosso poder de negociação, nunca conseguiremos o que é justo."

Armstrong ressalta que a categoria espera abertura para tratar o assunto até o final de outubro. "Caso a resposta às reivindicações não nos satisfaça, vamos definir uma comissão de estudo para reduzir gradativamente os serviços para somente os essenciais. Caso permaneça o descaso, iremos ver a possibilidade de greve geral por tempo indeterminado", explica.

No protesto, os policiais queimaram um caixão simbolizando a falta de respeito e o descaso da política de segurança pública do governo estadual.

*Pablo Cordeiro é estudante do 9º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernandes