Terça-feira, 20 de outubro de 2009, atualizada às 18h

Temporal provoca 132 ocorrências em Juiz de Fora

Daniele Gruppi
Subeditora

O temporal que atingiu Juiz de Fora na noite da última segunda-feira, dia 19 de outubro, provocou o registro de 132 ocorrências até as 16h desta terça-feira, 20. O pluviômetro da PUC Minas marcou 50 milímetros de chuva durante três horas, com rajadas de ventos de 40 km/h.

A Zona Leste foi a que mais sofreu com a chuva, com 89 solicitações. No Linhares, foram 21 ocorrências, no Grajaú, 15, no Santa Rita, nove, e na Vila Alpina, sete. De acordo com a Defesa Civil, a quantidade de chuva em Linhares chegou a 108 milímetros. Entre as causas das chamadas, os escorregamentos de talude foram as mais frequentes, totalizando 61 casos, seguidos da ameaça de escorregamento, com 31 registros e as inundações, com oito casos.

A ocorrência de maior gravidade foi no bairro Alto Grajaú, na rua Leonel Jaguaribe, 320, casa 2. O barranco atingiu uma moradia no local, deixando um idoso de 75 anos parcialmente soterrado. O Corpo de Bombeiros fez o resgate da vítima, que estava consciente, encaminhando-a para o Hospital de Pronto Socorro (HPS). A Defesa Civil retirou preventivamente os moradores da casa ao lado e também das moradias no número 300 da mesma rua. Ao todo, quatro famílias precisaram ser removidas e foram abrigadas em casa de parentes e no salão comunitário do bairro. No entanto, foi feita nova vistoria e, no início da tarde, as moradias foram liberadas e as famílias autorizadas a retornarem. Somente em uma das casas, a família foi orientada a passar a noite na residência vizinha.

Devido ao alagamento na Cesário Alvim, no São Bernardo, uma moradora que estava sem acesso a sua casa teve que ser conduzida de barco pelo Corpo de Bombeiros. Na rua Aurora Tristão, no bairro Bandeirantes, um carro, que ia para o Parque Guarani, caiu no buraco provocado pela chuva, deixando os quatro passageiros com escoriações diversas.

Para o assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros, tenente Júlio César Gomes da Silva, a população deve redobrar os cuidados nessa época de chuva. Uma das recomendações é evitar andar de veículos automotores durante os temporais. "Além dos alagamentos que dificultam trafegar, há possibilidade de quedas de árvores." Em casos de suspeita de desmoronamento, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil aconselham o afastamento do local. Para acionar os bombeiros, o telefone é o 193. O contato da Defesa Civil é o 199.

Previsão

Conforme o meteorologista da PUC Minas, Adelmo Côrrea, a previsão é de mais chuva. "A instabilidade se mantém, principalmente à tarde e à noite. A chuva pode cair acompanhada de raios e rajadas de vento", avisa. Nesta quarta-feira, dia 21 de outubro, o sol aparece em Juiz de Fora. A temperatura deve oscilar entre a mínima de 17º C e a máxima de 28º C. A quantidade de chuva registrada em outubro é de 208 milímetros, sendo que o acumulado do mês é 160 milímetros.

Bairro Santa Tereza

lonas na encosta em Santa TerezaCom a chegada das chuvas, os moradores do Santa Tereza estão preocupados com a situação do bairro. Segundo o diretor da Associação dos Proprietários e Inquilinos das Casas Interditadas e Demolidas, Rubens Reis Fernandes Pereira, as lonas de proteção que foram colocadas para evitar novos deslizamentos estão totalmente deterioradas e já foram localizados pequenos deslizamentos nos locais que estão sem a proteção da lona. "Para fazer um estudo para o projeto de reconstrução do local, uma empresa contratada pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) precisou abrir as lonas para sondagem do terreno", explica.

Segundo Pereira, na rua Dr. Edgard Carlos Pereira, o problema é o asfaltamento precário, principalmente na parte superior do deslizamento. "Com a chuva e as fortes correntes de água, o problema se agrava, pois as enxurradas podem retirar o resto do asfalto. Na via, não existem bocas de lobo para a captação da água pluvial. Para a água não descer pela encosta, a PJF fez uma parede de asfalto. Ali, forma um rio. Não dá para descer do carro ou sair de casa quando está chovendo. O volume de água chega a ultrapassar o limite da parede construída."

A Associação encaminhou um ofício à subsecretaria de Defesa Civil e à Secretaria de Obras pedindo providências para os problemas que os moradores enfrentam. "Ainda não tivemos retorno."

Os textos são revisados por Madalena Fernandes