Segunda-feira, 8 de março de 2010, atualizada às 18h40

Operação Tartaruga provoca lentidão no trânsito de Juiz de Fora

Aline Furtado
Repórter

A Operação Tartaruga deflagrada por motoristas e cobradores do transporte coletivo público nesta segunda-feira, 8 de março, causou lentidão no trânsito da área central da cidade. Além disso, a manifestação provocou atraso nos horários, ocasionando maior espera nos pontos de ônibus, além de filas nos pontos de táxis.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo de Juiz de Fora (Sinttro), Paulo Avezani, a adesão ao movimento chegou a 95% durante o período da tarde. "O primeiro dia de manifestação foi muito positivo. Pela manhã, cerca de 80% dos trabalhadores aderiram à Operação Tartaruga. À tarde a adesão foi ainda maior, atingindo, inclusive, mais vias, como as avenidas Getúlio Vargas e Francisco Bernardino, além da Rio Branco."

A orientação do Sinttro foi para que os motoristas trafegassem a 20 quilômetros por hora nas principais vias da cidade entre 8h e 18h. "A manifestação deve ocorrer até a próxima sexta-feira, dia 12, caso não haja sinalização de acordo por parte dos patrões." Além da Operação Tartaruga, os trabalhadores poderão deflagrar greve a partir da zero hora da próxima segunda-feira, dia 15.

ManifestaçãoA Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp) declarou, por meio da assessoria de comunicação, que o sindicato está em desacordo com o que foi definido em todas as rodadas de negociação, quando se comprometeu a não causar prejuízos à população. Além disso, a associação destacou que as negociações ainda estão em aberto.

Na pauta de reivindicações dos trabalhadores estão o reajuste salarial de 14%, o fim da compensação de horas e o aumento do tíquete-alimentação de R$ 160 para R$ 260, além de redução da jornada de trabalho.

Apoio com restrição

A dona de casa Ângela Maria Gouvêa foi pega de surpresa pela manifestação e disse que a Fila no ponto de táxivolta do Centro para casa, no bairro Ipiranga, seria feita andando. "Os ônibus estão tão lentos que compensa ir andando. Gastar com táxi não dá." Ela diz que não é contra a reivindicação de reajuste salarial dos motoristas e cobradores, desde que a população não seja prejudicada.

O usuário de transporte coletivo Ricardo Reis Braga, morador do bairro Paineiras, também diz concordar com a necessidade de reajuste salarial para a categoria, mas defende que a manifestação seja feita de forma direta entre patrões e empregados. "Os empresários não utilizam ônibus, eles não são atingidos. O usuário não tem nada a ver com isso."

Os textos são revisados por Madalena Fernandes