Sexta-feira, 9 de julho de 2010, atualizada às 16h33

Prefeito justifica falta à audiência com MP, mas ainda será ouvido

Clecius Campos
Repórter

O prefeito de Juiz de Fora, Custódio Mattos (PSDB), não pôde comparecer à audiência com o promotor de Justiça do Meio Ambiente e Urbanismo, Júlio César da Silva, marcada para esta sexta-feira, 9 de julho. O chefe do Executivo deveria prestar esclarecimentos sobre a implantação do bota-fora no bairro Barreira do Triunfo, mas justificou a ausência em ofício, alegando agenda sobrecarregada por compromissos agendados com antecedência.

De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura (PJF), a presença de Mattos não foi possível devido à convocação em tempo não hábil, com prazo menor que 72 horas. O prazo mínimo para convocar um chefe do Executivo é de dez dias.

O promotor entende o motivo apontado pelo prefeito, mas afirma que Mattos ainda será questionado. "Todos os envolvidos na assinatura do convênio que permitiu a criação do bota-fora devem ser ouvidos, por fins de esclarecimento e por uma questão de democracia. O Ministério Público [MP] não pode mover uma ação sem interrogar os pares", informa Silva. Por este motivo, ele não descarta a possibilidade de um novo encontro com a superintendente da Agência de Gestão Ambiental de Juiz de Fora (Agenda-JF), Sueli Reis.

"Os seus esclarecimentos [os de Sueli Reis] são fundamentais, indispensáveis e decisivos no processo, já que ela chefia o órgão da gestão ambiental do município." Ele esclarece o motivo da mudança de horários das audiências que terminou com acusação de desacato e ameaça de voz de prisão, na última terça-feira, 6 de julho. "O bota-fora era gerido pela Secretaria de Obras [SO], por motivos operacionais, não havia porque ouvir primeiro a Agenda-JF, que deu o licenciamento, para depois ouvir o responsável pelo funcionamento do local."

A fase de interrogatórios continua. Além do prefeito e da superintendente, serão ouvidos a proprietária do terreno onde foi instalado o bota-fora, Maria Eugênia de Souza, e os representantes dos caçambeiros que assinaram o convênio, Eider de Araújo Silva e José Maria Antônio Vieira. A intenção é descobrir onde os resíduos da construção civil estão sendo depositados desde a interdição do bota-fora, em 7 de junho.