Quarta-feira, 20 de abril de 2011, atualizada às 18h22

População do Poço Rico denuncia transformação de campo de futebol em ponto de tráfico de drogas

Jorge Júnior
Repórter
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Um campo de futebol abandonado há cerca de 30 dias, localizado na rua Bahia, no bairro Poço Rico, virou ponto de tráfico de drogas, conforme afirma o diretor da Associação de Moradores do bairro Santa Tereza — que atende a região —, Sidnilson Alves. O local era utilizado pelos moradores da região para sediar partidas de futebol.

De acordo com o representante, o problema ocorre desde que a juíza federal Silvia Elena Petry Wieser decretou a desapropriação da área, após ser descoberto que suposto dono do lote não era proprietário do terreno. "Ele invadiu o campo, que havia sido dado à associação, e cobrava uma taxa para os campeonatos que aconteciam no local, sem pagar os impostos devidos."

Com essa desapropriação, o local ficou abandonado e virou ponto de drogas, preocupando e colocando em risco a segurança dos moradores. "O campo está cheio de usuários de crack. Além disso, os moradores de rua invadiram o terreno." Alves diz que o vestiário que havia na área foi depredado pelos invasores. "Eles quebraram tudo, levaram as janelas, as portas, as pias, os vasos sanitários e até as telhas." Outros problemas apontados pelo morador são o matagal que está alto e as três caixas de água que estão abertas, podendo ser possíveis focos para o mosquito transmissor da dengue. Alves diz ainda que a propriedade está sem água e sem luz. "Foram feitas as benfeitorias e agora não tem mais nada."

A associação entrou em contato com a Polícia Militar (PM) que foi até o local nesta quarta-feira, 20 de abril e registrou um boletim de ocorrência, além de apreender as ferramentas que estavam sendo utilizadas pelos invasores para destruir o terreno. Na visita ao local, o vereador Noraldino Júnior (PSC) ficou de encaminhar um projeto para Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, solicitando que o terreno volte a ser da associação.

Doação do terreno

Segundo informa Alves, a propriedade pertencia a uma família do bairro, que fez a doação do terreno à associação de moradores para a construção de uma área de lazer, em 1968. Uma representante da família entrou em contato com o representante de bairro, enviando o documento que comprova que foi feita a doação. "Vamos encaminhar o documento à Justiça e cobrar as providências," diz.

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Área de lazer
Segundo o representante, a associação possui um projeto para criar um programa de esporte para os moradores do bairro. "Não temos área de lazer no bairro. A praça também virou um local onde as pessoas fazem sexo", afirma. Para o diretor, a solução adequada para solucionar o tráfico e a marginalidade é a demolição do que ainda resta e o fechamento da área até que a Justiça decida a situação da propriedade.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken