Terça-feira, 19 de outubro de 2010, atualizada às 17h39

Acusados de assassinato de capitães vão cumprir 27 e 24 anos de reclusão

Clecius Campos
Repórter
Foto do julgamento

Os dois acusados de assassinar os capitães do Exército Eleonardo Sabadine Santos e Daniel Azevedo Borges de Lima foram condenados a 27 e a 24 anos de reclusão. O crime foi cometido na madrugada do dia 13 de maio, na saída de uma boate, no bairro Aeroporto. O julgamento foi iniciado na última segunda-feira, 18 de outubro, às 13h30 e teve fim na madrugada desta terça-feira, 19, às 3h. Dezenas de militares compareceram ao julgamento, realizado no Tribunal do Júri.

O júri entendeu que os dois suspeitos eram culpados. O juiz José Armando Pinheiro da Silveira deu a sentença. A defesa dos réus tem cinco dias para recorrer da decisão.

Os crimes ocorreram na saída de uma boate no Aeroporto, onde as vítimas estavam de folga, se divertindo. Os capitães eram oficiais-alunos, lotados na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO), localizada na Vila Militar, na cidade do Rio de Janeiro, e participavam de um curso em Juiz de Fora. Segundo depoimentos de testemunhas e dos acusados, que assumem a autoria do crime, um dos capitães, Eleonardo, teria mexido com a namorada de um dos envolvidos nos assassinatos, o que originou a desavença. Os suspeitos teriam então deixado a casa noturna e esperado a saída das vítimas, quando ocorreu a emboscada.

O primeiro dos suspeitos foi preso naquele mesmo dia. Em depoimento à Polícia Civil divulgado no dia seguinte, ele alegou inocência. Naquele mesmo dia, a PC já havia identificado outros dois suspeitos. No dia 22 de maio, o segundo deles, até então foragido, foi encontrado na entrada da Favela da Rocinha, na cidade do Rio de Janeiro. Na ocasião, ele assumiu ter disparado 14 tiros que tiraram a vida de Eleonardo. Mais tarde, o laudo pericial indicou que o capitão foi alvejado 16 vezes. No dia 24 de maio, quando foi divulgado o depoimento do segundo suspeito, a PC admitiu a existência de um quarto homem, que teria avisado aos criminosos o momento da saída das vítimas. Ele foi indiciado e também responderá pelo crime. Um dos suspeitos ainda está foragido.