Sábado, 26 de maio de 2012, atualizada às 13h

Marcha da Maconha traz discussão sobre legalização das drogas

Thiago Stephan
Repórter
Marcha Maconha

Levar à sociedade um debate sobre as políticas públicas sobre drogas. Esse é um dos objetivos de manifestantes que, no final da manhã deste sábado, 26 de maio, se concentraram em frente à escadaria da Câmara Municipal para percorrer o Centro de Juiz de Fora com a Marcha da Maconha. De acordo com um dos organizadores da marcha, Álvaro Lobo (foto), não existe caminho melhor para a sociedade do que a legalização do consumo de drogas.

"Estou na luta pela conscientização e estudando o tema há 45 anos. Cheguei à conclusão que só temos o caminho de legalização do uso das drogas. Caso contrário, a violência só vai aumentar, uma vez que parcela da sociedade continuará sendo marginalizada. Criará uma guerra onde deveria ter paz", expõe. Ainda de acordo com Lobo, em sua concepção, os traficantes e as pessoas que trabalham para o tráfico de drogas, chamados de "vapores", deveriam ser inseridos na sociedade como comerciantes, assim como quem vende cachaça.

As "Marchas da Maconha" foram autorizadas em todo o Brasil pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 15 de junho de 2011. Segundo o defensor da legalização da maconha e criador da web rádio Legalize, Raoni Mouchoque, é preciso seguir pressionando o STF. "Esperamos, agora, que o Tribunal julgue favoravelmente o recurso extraordinário 635.659, que descriminaliza o porte de todas as drogas para uso pessoal", explica.

De acordo com Raoni, ele encontrou dificuldades para imprimir um calendário que destacava mulheres e plantas e a revista Sem Semente, "a primeira de cultura canábica do Brasil. Só consegui imprimir em Niterói, mas pelo dobro do preço", disse, acrescentando que o tempo de censura no Brasil já acabou e que não deveria haver tanta dificuldade para imprimir ambos os trabalhos.

A Polícia Militar (PM) acompanhou a concentração da Marcha da Maconha com a promessa de também seguir o deslocamento do grupo apenas para garantir direitos individuais, conforme relatou o major Paulo Henrique.

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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