Sábado, 30 de junho de 2012, atualizada às 9h50

Pesquisadores da Embrapa pretendem fortalecer movimento grevista

Thiago Stephan
Repórter
Assembleia Embrapa

Após longa negociação entre o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), realizada na última sexta-feira, 29 de junho, em Brasília, a direção nacional do sindicato orienta que pesquisadores de todas as unidades da Embrapa rejeitem a proposta e fortaleçam o movimento grevista.

Na capital federal, foram discutidos 113 pontos, com avanço apenas em um item social, relativo ao adicional de insalubridade e periculosidade, e um item econômico, que é o reajuste de 12% no tíquete alimentação. Pesou na decisão da direção nacional o posicionamento da empresa de pedir a retirada de direitos já conquistados pelos trabalhadores, como auxílio-creche, pré-escola e babá e liberação em dia de pagamento.

"A postura recuada da empresa reforça sua incapacidade política para avançar no atendimento dos anseios dos seus trabalhadores. Além disso, ela não se posicionou em relação aos temas ligados à reformulação de cargos e salários", afirma o presidente do Sinpaf, Vicente Almeida, em matéria publicada no site do sindicato.

Diante da situação, os pesquisadores da Embrapa Gado de Leite seguem em greve até a próxima segunda-feira, 2. Neste dia, o presidente da seção sindical da Embrapa Gado de Leite, Néio Lúcio Ramos, vai percorrer os três núcleos da empresa na região (Juiz de Fora, Coronel Pacheco e Vassouras-RJ) para expor a situação das negociações e realizar a votação pela continuidade da greve ou retorno às atividades. Ele lamenta também o posicionamento da empresa, que proibiu que assembleias fossem realizadas dentro das unidades.

"As assembleias foram realizadas à beira da via pública, onde havia barulho dos automóveis e os empregados corriam risco de atropelamento. Isto por ordem do Departamento de Gestão de Pessoas - Brasília", expôs Ramos, acrescentando que a categoria precisa se fortalecer. "Falta consciência por parte dos empregados, tanto para o debate, como para a adesão ao movimento. Se é contra a greve, vá assembleia e defenda seu ponto de vista democraticamente."

Ramos explica que o sindicato irá encaminhar a rejeição da proposta feita pela Embrapa. "Também será a oportunidade para confirmarmos se a paralisação continua até o dia 5, quando ocorrerão novas assembleias", explica, acrescentando que nos três núcleos ligados à Embrapa Gado de Leite, cerca de 40% dos pesquisadores aderiram ao movimento grevista.

A categoria busca uma série de reivindicações. Na área econômica, o principal é o reajuste salarial com ganho real de 5% além dos 5,10% de correção da inflação. A Embrapa acena apenas com a correção do IPCA. Os pesquisadores buscam também avanços em cláusulas sociais, criação de banco de horas para a área de pesquisa e desenvolvimento. O Acordo Coletivo foi prorrogado até o dia 6 de julho.

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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