Terça-feira, 2 de junho de 2009, atualizada às 19h50

Vereadores e prefeito discutem tarifa de ônibus e situação da AMAC

Guilherme Arêas
Repórter

Na primeira reunião entre o executivo e os representantes do legislativo municipal, nesta terça-feira, 2 de junho, o prefeito Custódio Mattos e os vereadores discutiram os rumos da definição da passagem de ônibus urbano na cidade e a situação da AMAC. Em uma reunião a portas fechadas que durou quase duas horas, a Prefeitura (PJF) buscou uma aproximação com a Câmara Municipal, na tentativa de unificar a solução de problemas que afetam a cidade há meses.

Esvaziada pelo fim da greve dos motoristas e cobradores de ônibus em meados de março, a relação entre o aumento de salário pleiteado pela categoria e o reajuste da tarifa voltou à pauta de discussões. "Fiz uma exposição da situação que temos hoje, preocupado com o caos que a cidade pode viver com mais uma paralisação dos ônibus. Não posso permitir que o sistema entre em colapso se a questão ainda tem solução", alertou o prefeito.

O temor do agravamento das mobilizações dos trabalhadores reforça a proposta da PJF em reajustar a tarifa, baseada em um estudo realizado pelos técnicos do executivo, além do Ministério Público Estadual e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A conclusão do relatório, baseado nos custos dos últimos 12 meses, sugere o valor de R$ 1,80, considerando o Custo de Gerenciamento Operacional (CGO), e o de R$ 1,70, que subtrai o impacto do CGO. Foram feitos dois cálculos, pois o MP não concorda com a cobrança do CGO, considerando-o inconstitucional.

Já a proposta da bancada oposicionista da Câmara é manter o valor de R$ 1,55 até que a perícia técnica designada pela Justiça dê um parecer sobre a planilha de custos ou até que o processo de licitação do sistema de transporte coletivo seja concluído. Para o vereador Flávio Cheker (PT), a posição é compartilhada pelo Ministério Público.

Na próxima sexta-feira, 5 de junho, uma audiência pública requerida pela Prefeitura vai tratar do reajuste da tarifa. Será o primeiro teste do assunto frente aos parlamentares. Para o prefeito, a saída é se chegar à "tarifa mais baixa, mas que atenda as necessidades básicas do sistema de transporte."

Os vereadores e a Prefeitura também debateram a situação trabalhista da AMAC. O prefeito informou que na próxima semana será realizada uma reunião entre o executivo, o Ministério Público Estadual e o do Trabalho. O objetivo é solucionar as pendências trabalhistas, tributárias e jurídicas, mantendo o trabalho da entidade, que atualmente conta com cerca de 1.400 funcionários. "A AMAC é um paradoxo. Quanto mais se discute, mais se aprofundam as dúvidas", disparou Flávio Checker.

Ainda durante o encontro, o prefeito pediu apoio dos vereadores para a aprovação de um projeto que prevê um empréstimo de R$ 28 milhões ao BNDES. A verba será utilizada para atender pessoas que ocupam áreas precárias e de invasão.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes