Comércio registra redução de até 70% no movimento devido à greve

Proprietários e gerentes encontraram alternativas para que as equipes não fossem desfalcadas. Segundo o Sindicomércio, 15% dos funcionários não foram trabalhar

Andréa Moreira
Repórter
5/3/2013
Comércio de JF

Com a greve dos motoristas e cobradores do transporte público de Juiz de Fora, deflagrada à 0h desta terça-feira, 5 de março, o comércio de Juiz de Fora registrou queda de 60% no movimento, segundo informação do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), que destaca, ainda, que 15% dos funcionários não compareceram ao trabalho neste dia.

"Quem conseguiu utilizar outro meio de transporte ou mesmo caminhar veio trabalhar. Mas existem pessoas que moram em bairros muito afastados, o que torna inviável chegar até o centro comercial," destaca o presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti.

No bar e lanchonete Grotão, localizado na avenida Getúlio Vargas, em frente a um ponto de ônibus, a queda foi ainda maior. "Tivemos uma redução de 70% no movimento. Normalmente, fechamos as portas às 23h, mas nesta terça-feira, iremos encerrar as atividades às 20h," afirma o proprietário Ramon Costa. Na lanchonete Sucos e Vitaminas, o movimento também diminuiu 70%, como relata a sócia-proprietária Érica Maia. "Durante a semana, o pior dia para nós é o sábado. Mas neste primeiro dia de greve, o movimento conseguiu ser pior ainda."

Funcionários

No restaurante Cantina do Amigão, a queda no número de clientes foi apenas um dos problemas, como explica o proprietário Vinícius Schettino. "Sentimos uma redução de 30% no número de clientes. Além disso, tivemos o problema de deslocamento de alguns funcionários. Uma pessoa chegou atrasada, a outra teve que vir de táxi e, claro, eu reembolsei."

Com uma redução de 20% no movimento, o gerente do restaurante Kidelícia, Flávio de Almeida Cândido, revela que a maior preocupação está sendo com a volta para casa dos funcionários. "Como funcionamos até mais tarde, não sei como nossos funcionários chegarão em casa. Teremos que fazer algum planejamento para que ninguém fique prejudicado."

Já no restaurante Estação Geraes, o movimento de clientes não sofreu alteração. Entretanto, o proprietário Luiz César Alvarenga teve alguns transtornos em relação aos empregados. "Tive a colaboração dos meus funcionários e, quem pode, veio a pé. Outros dois, que moram mais longe, eu tive que buscar," afirna Alvarenga, ressaltando que o maior problema foi o descaso das autoridades. "Esse caos já estava anunciado. Todos sabiam que a greve iria começar hoje, entretanto, a Prefeitura foi omissa, não tomando as devidas atitudes antes."

Volta para casa

A volta para casa também foi motivo de preocupação da feirante Renata Bernardes, moradora do bairro Nova Benfica. "Pela manhã, fiquei no ponto de ônibus esperando que alguém me desse carona. Agora, estou dependendo da generosidade de uma amiga," afirma.

A empregada doméstica Terezinha Andrade também conta com a colaboração de amigos para retornar para a casa, no bairro Santa Cruz. "Não tenho dinheiro para pegar um táxi, então vou esperar meu vizinho sair do trabalho para ir embora."

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Medida cautelar

Todos estes problemas fizeram com que o Sindicomércio-JF entrasse com uma medida cautelar contra o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sinttro) e a Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp). "Entendemos que as pessoas têm o direito de fazer greve. Mas isso, em momento algum, pode prejudicar a população," afirma o presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti.

Ele destaca que a paralisação total é irregular, por isso a ação solicita que seja cumprido o percentual mínimo de ônibus em circulação. "Nosso pedido é para que 50% dos ônibus voltem a circular nos horários normais e, nos horários de pico, este número seja de 80%."

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