Quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014, atualizada às 15h55

Escorpiões são encontrados dentro de casas em Juiz de Fora

Laura Lewer
*Colaboração
Escorpiões são encontrados dentro de casas em Juiz de Fora

Wilson Carvalho mora na rua Rosário Fusco, do bairro Cidade do Sol, e, de 2013 para cá, encontrou cerca de sete escorpiões dentro de sua casa. Toda semana, verifica os cômodos a procura dos animais para garantir que nada aconteça a sua filha de um ano e nove meses. "Acho que não tem uma família que não tenha achado escorpiões no bairro", conta. Segundo o auxiliar administrativo, muitas pessoas querem se mudar do local por causa desses problemas.

Daniela Britto Mozzer, da rua Antônio Dias, no bairro Granbery, diz que que já encontrou quatro escorpiões em seu banheiro e na área de serviço da casa e também teme pela segurança de seu filho de dois anos. Segundo ela, todo o condomínio passa pela mesma situação. Daniela fez uma reclamação junto ao departamento de Zoonoses da cidade, que a orientou a guardar o animal e, segundo ela, não deu nenhum retorno.

Na rua José Estevão do Jóquei Clube II, Wellerson Rodrigues encontrou um dos animais na área de sua garagem no dia 30 de janeiro e diz que é a segunda ocasião em que isso acontece. Wellerson resolveu reclamar em uma rede social, já que ligou para o departamento de Zoonoses e nada foi feito. "Eles disseram que só tinham dois carros e um deles estava estragado. Como tinham outras ocorrências para resolver, pediram para guardar em um frasco e não foram averiguar depois", conta. 

Causas

Segundo a bióloga Juliana Machado, o verão é a estação em que esses animais se reproduzem e, consequentemente, sua manifestação é maior. As chuvas também são decisivas, já que a água carrega os escorpiões, que saem de seus locais e vão para tubulações e bueiros. "Locais com entulho, pedreiras e lixo, atraem insetos como as baratas, que servem de alimentos para os animais", afirma. 

José Geraldo, veterinário da Zoonoses, admite que em alguns dias o departamento teve problemas de deslocamento, mas que novos motoristas e agentes estão sendo contratados e treinados para que o atendimento à população volte ao normal. No entanto, ressalta que o atendimento não está interrompido. "A previsão é de que até segunda-feira estejamos trabalhando normalmente", conta.

Ainda segundo ele, a questão dos animais está muito mais ligada ao meio-ambiente do que com o combate feito pela Zoonose, já que o uso do veneno não resolve o problema, apenas ajuda. "O bairro Cidade do Sol tem pedreira, o Granbery tem cemitério. O mais importante é a população fazer a prevenção, porque o problema não termina. É um problema ligado à urbanização desordenada, desequilíbrio ecológico, problemas de lixo e ocupações desreguladas".

Dicas

De acordo com o veterinário, o mais importante é que a população trate o lixo de maneira correta e, principalmente, vede os ralos da casa com mosquiteiros ou até plástico para que os animais não passem pela tubulação da rede de esgoto. As soleiras das portas também devem ser tampadas com borrachas semelhantes às de rodo. "Outra coisa essencial é sobre as pessoas que têm muito material em desuso guardados em casa. Esses materiais devem ser colocados em estrados e longes da parede, pois seu acúmulo em locais com sombras favorece a presença dos animais", explica.

José Geraldo afirma também que toda presença da equipe de Zoonose nos bairros é acompanhada da orientação aos moradores sobre os cuidados para que situações como essas sejam evitadas. 

As pessoas que encontrarem escorpiões em suas casas devem eliminá-los imediatamente e entrar em contato com a Zoonose pelos números (32) 3690-8212 ou (32) 3690-7492 ou pelo e-mail zoonosesjf@yahoo.com.br.

*Laura Lewer é estudante do 7º período de Jornalismo do CES/JF

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