Servidores federais da UFJF entram em greve na próxima segunda

Categoria reunirá em assembleia para definir os passos da mobilização. Governo classifica paralisação como "prematura"

Eduardo Maia
Repórter
12/03/2014
Servidores

Os técnicos-administrativos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) deverão entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, 17 de março. A mobilização ocorre em reivindicação ao cumprimento do acordo da greve realizada em 2012, em que constam itens como o aprimoramento da carreira, a realização de data base e a constituição de um plano de carreira para o segmento.

Segundo o presidente do Sindicato dos Técnicos-Administrativos das Instituições Federais de Ensino de Juiz de Fora (Sintufejuf), Paulo Dimas de Castro, uma assembleia deve ser realizada na manhã da segunda-feira para definir os passos dos servidores durante a mobilização. "Cumprimos o período integral de 30 dias, comunicamos ao reitor da UFJF o nosso direito de greve, hoje os membros do sindicato estão na universidade pregando cartazes e convocando a categoria a integrar o movimento e agora iremos reunir a classe para definir os próximos passos", relata.

A Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições Superior Públicas do Brasil (Fasubra) divulgou em seu site os ofícios encaminhados ao Ministério do Planejamento notificando sobre o início da greve no dia 17, com os eixos que pautarão a mobilização. Os principais eixos compreendem o cumprimento do piso e step salarial; ascensão funcional; turnos de seis horas, para manter a universidade aberta nos três turnos; paridade entre os servidores ativos e aposentados; reconhecimento de cursos de mestrado e doutorado realizados no exterior, entre outras.

Castro explica que o governo já sinaliza para atender a algumas dessas reivindicações, como o reconhecimento dos cursos realizados fora do país. "Algumas coisas o governo está tentando negociar com a gente como o reconhecimento do mestrado e doutorado no país e a especialização para técnicos. A gente entende que por ser um ano eleitoral, para o governo atender a estas reivindicações é necessário entrar em greve para facilitar estas negociações", analisa.

Professores sinalizam paralisação no dia 19

Em consonância com a deliberação do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), os professores irão avaliar a adesão à paralisação nacional no próximo dia 19, quarta-feira. "Como as aulas da Universidade retornarão no dia 17 e do Instituto Federal retornam agora, vamos avaliar a possibilidade de, num período tão curto de tempo, aderir a esta paralisação. A paralisação depende de cada instituição. Temos todas as razões para paralisarmos as nossas atividades para melhorar as nossas condições salariais e de trabalho. Do ponto de vista da viabilidade, realmente ainda iremos discutir isso", explica o professor Paulo César Ignácio, presidente da Associação de Docentes de Ensino Superior de Juiz de Fora (APES-JF).

Paulo critica a falta de abertura de negociação por parte do governo e argumenta que na atual situação a greve da categoria pode ser um instrumento para pressionar ainda mais pelas negociações. "Na assembleia nacional em São Luiz, no Maranhão, foi decidido que iríamos pressionar o governo. Não podemos dizer que a greve irá acontecer, mas sempre é uma possibilidade. O governo ignora as nossas necessidades e insiste em nem mesmo abrir as negociações para reivindicações mínimas", diz.

Governo classifica a paralisação como "prematura"

O Ministério da Educação afirma que em 2012 a Fasubra fez um dos melhores acordos dentre as categorias de servidores públicos federais para a recomposição salarial e avanços na carreira, ainda em fase de cumprimento. "O MEC está em permanente diálogo com as entidades na construção de melhores condições de trabalho para promover o contínuo desenvolvimento dos servidores das instituições federais de ensino, contribuindo assim, com a melhoria da qualidade da educação. Portanto, evidencia-se prematura a paralisação das atividades, já que todos os esforços estão sendo feitos por parte do governo e os espaços de permanente diálogo encontram-se abertos", esclarece em nota.

O ministério destaca ainda a criação do Plano de Desenvolvimento Profissional dos Servidores Integrantes do Plano de Cargos e Carreira dos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE), que garantirá a ampliação da qualificação dos servidores, já a partir deste ano. Sobre a revisão da tabela remuneratória, cita a Progressão por Capacitação e do Incentivo a Qualificação. Trata também da instalação de grupos de trabalho sobre os temas de racionalização dos cargos, critérios para dimensionamento da força de trabalho, terceirização, democratização das IFEs, reenquadramento dos aposentados e inclusão dos técnico-administrativos das IFEs militares no PCCTAE.

Segundo a assessoria de comunicação do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), o acordo assinado com a Fasubra em 2012 é válido até o ano de 2015 e todas as reivindicações relacionadas à pasta foram cumpridas. Ainda de acordo com o MPOG, a posição sobre as cláusulas relacionadas ao ministério já foram dadas.

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