Quinta-feira, 13 de maio de 2010, atualizada às 16h42

Servidores do judiciário desistem de greve, mas categoria continua mobilizada mesmo após avanço na negociação

Clecius Campos
Repórter

Os servidores do judiciário decidiram recuar com o movimento reivindicatório e desistiram de deflagrar greve em um primeiro momento. O voto por uma paralisação nos serviços será tomado após a categoria analisar o avanço na negociação com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O órgão cedeu em regulamentar o Adicional por Desempenho (ADE) e fazer o pagamento retroativo aos funcionários desde 2006.

De acordo com o delegado regional do Sindicato dos Servidores da Justiça de 1ª Instância do Estado de Minas Gerais (SERJUSMIG), Walter Gonçalves, como um dos pleitos foi atendido, o movimento grevista foi enfraquecido. "A categoria irá se reunir novamente para deliberar os atos para o cumprimento das reivindicações ainda pendentes. Até lá, o indicativo de greve está suspenso."

A paralisação seguida de ato público, realizada na tarde da última quarta-feira, 12 de maio, em Belo Horizonte, chamou também a atenção da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Os cerca de mil manifestantes fizeram barulho para que a segunda discussão do Projeto de Lei 4.389/10, que institui a data-base dos servidores do judiciário, entrasse no calendário de reuniões ordinárias desta quinta-feira, 13. A matéria, porém, não foi votada.

De acordo com a presidente do SERJUSMIG, Sandra Silvestrini, uma greve pode ser deflagrada, caso o impasse quanto à votação do projeto continue. O problema é que a ALMG exige que o TJMG envie uma nova proposição, solicitando a revisão anual. "No entanto, o Tribunal alega ter dado concordância ao projeto já em votação, o que não tem valor para a Assembleia. O perigo é a aproximação do dia 6 de julho, data limite para conceder reajuste para servidores públicos em ano de eleição. A situação não se desenrola."

Os servidores lutam ainda pela obrigatoriedade de ensino superior para os oficiais de justiça e por 20% de gratificação para os escrivães.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes