Quarta-feira, 4 de novembro de 2009, atualizada às 11h

Operação fiscaliza emissão de poluentes em transporte coletivo

Pablo Cordeiro
*Colaboração

Na manhã desta quarta-feira, 4 de outubro, um grupo formado por agentes de trânsito e técnicos em mecânica estiveram no bairro Manoel Honório para dar início à segunda fase da Operação Oxigênio. A iniciativa é voltada para a fiscalização de poluentes emitidos por veículos de transporte coletivo em Juiz de Fora. A expectativa é de que em dois meses, os 522 ônibus do município passem pela vistoria. 

"Nossa pretensão é realizar a operação com uma periodicidade de seis meses para garantir a emissão dentro dos padrões. A operação não é feita desde 2007, quando as empresas de ônibus modernizaram a frota", afirma o chefe do Departamento de Fiscalização da Settra, Jorge Lima.

A fiscalização é feita através do uso do equipamento opacímetro de fluxo total, capaz de medir o nível de poluentes emitidos pela fumaça dos canos de descarga dos veículos. "Dentro dos padrões, o transporte recebe um selo de validade de seis meses", explica Lima.

Para o ambientalista e presidente da Associação pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora (AMAJ/F), Theodoro Guerra, a ação deve ser prioritária justamente nos veículos pesados, como ônibus e caminhões, já que emitem cerca de 60% a 80% a mais de poluentes do que os carros. "Por serem movidos a diesel, a emissão de dióxido de carbono e óxido de enxofre é superior. Estes gases são tóxicos e facilitam o desenvolvimento de problemas respiratórios e alérgicos e contribuem para o aumento do efeito estufa."

Guerra acredita que é preciso cooperação das pessoas. "Para minimizar os efeitos desta poluição, é necessário que o motorista esteja alerta na regulação do motor do veículo. Quando adquirir um carro, dar preferência aos que possuem equipamentos de combustão mais limpos", pontua Guerra.

Operação identifica 20% de veículos acima dos níveis permitidos

Além da fiscalização do transporte coletivo, a Settra realiza frequentes blitze educativas com veículos particulares para medir o índice de poluentes emitidos e conscientizar o motorista quanto ao impacto no meio ambiente. Desde abril, quando tiveram início, as blitze pararam 200 veículos e os técnicos identificaram que cerca de 20% estão emitindo poluentes acima do permitido. O motorista tem um prazo de 15 dias para se adequar às normas, podendo ser multado em R$ 127 e perder cinco pontos na carteira de habilitação. Se aprovado, recebe um selo azul que garante a livre passagem pelas blitze por seis meses.

De acordo com o artigo 231, do Código de Trânsito Brasileiro, conduzir veículo que produz fumaça ou gases em níveis superiores aos fixados pelo Contran (Resolução 510/77) é infração grave e prevê a retenção do veículo para regularização. 

*Pablo Cordeiro é estudante do 9º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernandes