Sandra Portela é a voz feminina do samba em Juiz de Fora  Sambista será atração em eventos do Corredor da Folia, do Carnaval de Pequeri e intérprete oficial do Unidos do Ladeira em Juiz de Fora

Victor Machado
*Colaboração
7/2/2012
Sandra Portela

Samba e Carnaval. Dois mundos tão próximos que podem ser resumidos em apenas um nome, Sandra Portela. Essa mineira, que carrega o nome de uma escola de samba na carreira, traz o ritmo do berço. Influenciada pela mãe, Lecy do Samba, e pelo pai Valdir Delgado (Guida Tirote), segue os caminhos percorridos pelos dois no mundo do samba. Sandra será atração em eventos do Corredor da Folia, no Carnaval de Pequeri e intérprete oficial do Unidos do Ladeira. A sambista ainda promete o lançamento do CD Samba do Morro entre março e abril.

Sandra comenta que foi criada ouvindo e vivendo o mundo de escolas de samba. Sua mãe era compositora, apaixonada pela Juventude Imperial e cantava clássicos de Clara Nunes. "Fui levada pela minha mãe para esse mundo do samba. Clara Nunes se tornou uma paixão na minha vida e uma das grandes influências. Meu pai, que eu nem cheguei a conhecer, era um dos compositores da Imperatriz Leopoldinense nos anos 50. Acho que o samba vem de berço."

Apesar das influências familiares, a carreira de Sandra começou por acaso. Quando ainda trabalhava como caixa em um supermercado de Juiz de Fora, a sambista tinha o costume de cantar no vestiário e foi notada por Joel Oliveira, segundo ela, grande incentivador do início de carreira. "Foi tudo muito rápido. A crítica positiva dele me fez gostar ainda mais de música. Comecei a fazer shows em Santos Dumont, em Juiz de Fora e gravei um CD de Música Popular Brasileira (MPB) com Fabrício Andrade."

Depois disso, Sandra percorreu bandas de MPB, de música Country, até chegar ao grupo Angu de Caroço. No entanto, o convite para trabalhar em um projeto de samba com Flavinho da Juventude em uma casa noturna de Juiz de Fora e a carreira solo de sambista fizeram com que ela tomasse a decisão de deixar o grupo após o dia 10 de março deste ano. "O samba começou a dar uma audiência bacana e ficou difícil conciliar. Vou investir na carreira solo e focar no lançamento do meu CD."

Hoje, ela considera que a relação com o samba e o Carnaval é de união. Ela busca colocar em seus shows a mistura de ritmos mais lentos, como Paulinho da Viola e Marisa Monte e sambas enredos. "Minha relação com o samba é total. Hoje, vivo do samba e busco conhecê-lo cada vez mais. Sempre busco fazer misturas de ritmos diferentes e carrego as experiências das escolas de samba para os shows e acho que o público gosta disso."

Influências

Dentro do samba, a cantora espelh-se em nomes como Clara Nunes, Alcione, Elsa Soares, Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho. "Gosto muito de ouvir as mulheres cantando. A gente vai tentando encaixar um pouco de cada cantor no nosso estilo de cantar." Na carreira, ela já passou por momentos marcantes. Um deles foi a oportunidade de cantar com Alcione no palco da Juventude Imperial, há cerca de dois anos.

Sandra Portela Sandra Portela
A escolha do nome

Apesar de o pai ter sido compositor da Imperatriz Leopoldinense e a mãe apaixonada pela Juventude Imperial, Sandra carrega o nome da Portela. Segundo ela, a escolha também foi por acaso, quando ainda trabalhava em supermercado. Uma amiga, que era portelense, sempre provocava Sandra gritando o nome da escola e, ao longo do tempo, os amigos de trabalho já estavam a chamando de Portela. "Começou com uma brincadeira. Depois fui conhecer a escola e me identifiquei muito. Canto na Portela todo ano, tenho uma relação muito boa com todos."

*Victor Machado é estudante do 8º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

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