Mercado de trabalho para agr?nomos oferece oportunidades para al?m do campo

Por

Mercado de trabalho para agrônomos oferece oportunidades para além do campoProfissionais podem atuar nos diversos setores da cadeia produtiva de alimentos, incluindo as estratégias de venda e de distribuição final dos produtos

Clecius Campos
Repórter
11/11/2010

O mercado de trabalho para agrônomos oferece oportunidades de atuação para além da atividade agropecuária do campo. Os profissionais podem atuar em diversos setores da cadeia produtiva de alimentos — o grande foco da profissão —, incluindo a formulação de estratégias de vendas e de marketing e a distribuição final dos produtos. Segundo a gerente de Treinamento e Desenvolvimento da Bayer CropScience, Juliana Bremer, a evolução do conceito da cadeia produtiva é que possibilitou a abertura do mercado. A empresa mantém o programa De olho no Futuro que orienta estudantes de agronomia quanto às possibilidades de carreira.

"Quando sai da universidade, o agrônomo está tecnicamente formado para sua missão maior que é gerar produtividade na agropecuária. Com a evolução do conceito da cadeia produtiva, novas atividades foram sendo agregadas à carreira, como o marketing, as finanças, os processos comerciais, as áreas de trocas e as vendas. O conhecimento técnico do agrônomo, associado à evolução profissional em áreas específicas em cursos de aperfeiçoamento, o credencia a desenvolver as atividades depois da porteira. Ou seja, na etapa do processo produtivo fora do campo."

O coordenador do curso de Agronomia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Moacil Alves de Souza, considera o curso um dos mais ecléticos em possibilidades de atuação entre aqueles de formação profissionalizante. "A ideia básica é que o agrônomo tem como meta a produção de alimentos. Só que a atividade passa por diversos processos e tem muitas variáveis. Assim, um agrônomo pode trabalhar com produção vegetal para alimentação humana e animal e produção de pecuária. Dentro dessas áreas, vão aparecendo as especificidades." Souza cita o trabalho em genética e melhoramento de plantas, manejo e fertilização do solo e controle de doenças e pragas. Na área do meio ambiente, o profissional tem mais oportunidades. "Há um enfoque denso a ser explorado. O agrônomo pode se envolver em licenciamentos ambientais e em peritagem de cultivo próximo a áreas de proteção permanente ou de improdutividade de terras, por exemplo."

Mercado de trabalho

Segundo Juliana, o mercado é amplo e está em expansão. "Um quarto do PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro vem do agronegócio. Com o aumento populacional mais acelerado que o crescimento da área para se plantar, a produção de alimentos se torna cada vez mais importante. O mundo vive hoje uma necessidade de garantir a produtividade de alimentos para o futuro. O Brasil é um dos poucos países do planeta com mais de 100 mil hectares para se plantar." Ela afirma que as empresas buscam profissionais conscientes desse desafio e que busquem continuamente capacitações, principalmente no ramo da tecnologia.

Souza afirma que a profissão tem vida útil eterna. "É o tipo de profissão que vai sempre estar em alta. Sem o alimento, não há como o ser humano viver. É uma necessidade constante para a população." Segundo o coordenador, a UFV tem egressos que trabalham em todo o Brasil e fora do país. Ele admite que a Zona da Mata tem pouca capacidade de absorver a mão-de-obra formada em Viçosa. "A região é formada por pequenos produtores, com atividade ainda pouco intensa. Estas pequenas propriedades não costumam demandar profissionais da agronomia. Por essa razão, o curso em Viçosa é formatado de modo que o profissional possa atuar em todos os mercados. As adaptações regionais vão ocorrer conforme as especificidades de cada profissional."

Na faculdade

Os textos são revisados por Thaísa Hosken.