Vontade de ajudar crian?as surdocegas criou Instituto Bruno Maria do Carmo Vianna transformou a experi?ncia com o neto surdocego em dedica??o para tratar outras crian?as com o mesmo problema

Viviane Camargos
Rep?rter
27/11/2008

A surdocegueira ? uma defici?ncia bastante severa. Quem convive com essa necessidade especial, n?o enxerga nem ouve, tornado dif?cil a comunica??o e o desenvolvimento. Ap?s o nascimento de Bruno, seu sobrinho neto, Maria do Carmo Vianna (foto ao lado) passou a conviver com problema de perto. E, diante da constata??o de que n?o havia qualquer institui??o de apoio a essas pessoas em Juiz de Fora, ela decidiu botar a m?o na massa.

No ano de 2000, o Instituto Bruno foi criado a partir do esfor?o e do desejo que Maria do Carmo tinha em fazer algo pelas crian?as surdocegas em Juiz de Fora. Ela relata que, junto com os pais, procurou atendimento para Bruno em v?rias cidades, s? encontrando em S?o Paulo. "Parti em busca de outras fam?lias de crian?as surdocegas e constatei que algo deveria ser feito em nossa cidade. Come?amos o trabalho na minha casa, com quatro crian?as", conta.

De l? pra c?, o trabalho cresceu. Hoje, a institui??o conta com duas sedes (uma educacional e outra voltada para atendimentos) e ofecere tratamento a 62 surdocegos com m?ltipla defici?ncia e mant?m cerca de 30 assistidos em uma faixa et?ria que varia de dois a 56 anos. O instituto Bruno conta com o trabalho de m?dicos, fisioterapeutas, fonoaudi?logo e assistente social, al?m de ministrar aulas de braile e artesanato. Todas as atividades s?o gratuitas e a ONG sobrevive essencialmente atrav?s de doa?es.

Foto de artesanato produzido pelas crian?as Foto de artesanato produzido pelas crian?as Foto de artesanato produzido pelas crian?as

Maria do Carmo, hoje gestora social do Instituto Bruno, ressalta que ? uma grande alegria poder acompanhar o desenvolvimento dos surdocegos em tratamento. "Oferecemos um atendimento de qualidade e, atrav?s de avalia?es peri?dicas, constatamos a evolu??o das crian?as. Isso nos deixa muito feliz". Ela ressalta que ? extramamente importante cuidar tamb?m da fam?la dos atendidos para que o tratamento tenha ?xito. "N?s inserimos os familiares nos programas de orienta??o para que eles saibam das potencialidades de seus filhos e que eles podem chegar l?", destaca.

Para Maria do Carmo, o trabalho que desenvolve no Instituto ? estimulante. "? animador ver a alegria deles, suas conquistas. Com nossa ajuda eles vencem as barreiras da acessibilidade e da comunica??o". Ela acredita n?o estar fazendo mais que sua obriga??o como cidad?. "Vejo que eles acreditam no trabalho do Instituto. Dizem que n?s somos seus anjos da guarda. Mas eles ? que s?o nossos anjos da guarda. Nosso objetivo ? fazer com que eles descubram suas efici?ncias e tenham seus direitos respeitados", conclui.

Para arrecadar recursos, o Instituto Bruno tamb?m vende as pe?as de artesanato e papelaria produzidas pelos atendidos. " Contamos com a solidariedade das pessoas", diz a gestora. A ONG, al?m de prestar antendimentos, doa alimentos, rem?dios, cadeiras de rodas e encaminha para cirurgias. H? v?rias formas de colaborar. Para se informar, entre em contato com a ONG atrav?s do telefone (32) 2102-4334.

Voluntariado

A trajet?ria de Maria do Carmo no voluntariado come?ou h? anos atr?s quando ela ainda era estudante, na cidade de Divin?polis. Ela conta que nessa ?poca atuava junto a uma institui??o de apoio a cegos. "Percebi que ? muito gratificante dedicar um pouco do seu tempo para auxiliar a quem precisa. ? uma troca. Voc? d?, mas tamb?m recebe", explica.


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