Juiz-forana abdica de atividades pessoais para realizar trabalho voluntárioVanda Fonseca Coelho conta que começou a ajudar ao próximo devido um desejo pessoal. Para ela, o serviço é algo que vem do coração

Jorge Júnior
Repórter
29/8/2011
vanda

"É um serviço que a gente faz com carinho e dedicação. É um desejo de auxiliar e dar um pouco da gente para o próximo que necessita de ajuda", diz a presidente da Sociedade Beneficente Sopa dos Pobres, Vanda Fonseca Coelho, que, desde 2005, atua na instituição.

Para Vanda, o serviço voluntário é uma atividade que exige muito. Para desempenhar uma boa função, o voluntário tem que abdicar de algumas funções, mas Vanda acredita que é uma troca. "Você substitui uma atividade por outra melhor."

O voluntariado, para a juiz-forana, é motivo de satisfação e realização. "Você se realiza como ser humano, fazendo esse trabalho. Você doa, com muito carinho, parte do seu tempo. É uma atividade que desempenho com muita alegria", descreve a sensação. A realização com o serviço de voluntariado, segundo Vanda, é algo que vem do coração.

Para a realização pessoal, o cidadão tem que se doar. A juiz-forana conta que começou a ajudar ao próximo devido um desejo pessoal. "Sempre senti essa vontade." Vanda aconselha que as pessoas que querem executar a função devem procurar um local, onde ela se identifique. "A primeira coisa é um desejo. A pessoa tem que procurar onde ela quer ser útil, e principalmente, ter boa vontade, dedicação e amor." Para ela, "fazer por obrigação, ou buscando ter recompensa, não vale". "Às vezes, as pessoas querem ser voluntárias, entram em uma instituição que não conhecem e acabam desistindo de realizar o trabalho, por falta de adaptação com o ambiente. Primeiro é necessário conhecer o local onde elas vão atuar, para depois se integrar como voluntário", complementa.

Vanda faz essa afirmação, porque com ela não foi diferente. "Eu conhecia a ex-presidente da Sopa dos Pobres que me chamou para participar da entidade, passei pela vice-presidência e, em outubro de 2004, quando ela faleceu, assumi a direção", lembra.

Recompensa

Para a presidente, o mais gratificante é ver o desenvolvimento das pessoas que ela apoia. "Já teve gente que vinha à Sopa e levava comida para casa, mas depois, com o tempo, foram melhorando de vida e hoje apoiam a instituição", lembra. Outro fator relevante, segundo Vanda, é que as pessoas beneficiadas se tornam cidadãos do bem. "É uma evolução da pessoa. O carinho que elas me dispensam também é algo extraordinário."

Desde quando assumiu a presidência, Vanda comenta que a maior conquista foi ter realizado a reforma de todo espaço da Sopa dos Pobres, com o apoio de empresários da cidade. "Conseguimos reformar todo o espaço, com materiais novos. A ideia era fazer que o local fosse acolhedor."

Segundo a voluntária, apesar da sensação de cansaço, o sentimento, de forma geral, é de paz Interior e alegria. "Apesar de todo esforço, eu tenho vontade de fazer mais, mas creio que faço tudo o que eu posso. É um sentimento que está inserido dentro de mim. Não me vejo sem ajudar o próximo. Se tirassem isso de mim, é como se estivessem tirando a minha vida", finaliza.

A Sopa

Em 2011, a Sociedade Beneficente Sopa dos Pobres comemora 80 anos. Cerca de 180 pessoas são atendidas por dia, em média. A instituição conta com 13 voluntários e cinco funcionários, que prestam serviço desde a limpeza do ambiente até o preparo dos alimentos. Os interessados em ajudar a Sopa, podem ir à sede, localizada na rua Santo Antônio 110, Centro. O telefone de contato é (32) 3211-8401. Depósitos de doações em dinheiro podem ser feitos na conta corrente 8613-4, agência 0024-8 do Banco do Brasil.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken