Superstição ajuda o Brasil na Copa?Assistir aos jogos com a mesma camisa, entre os mesmos amigos ou repleto de amuletos da sorte. Mas será que as estratégias funcionam? 

Pablo Cordeiro
*Colaboração
14/6/2010

Na hora do aperto vale fazer promessas, amuletos, orações e tudo mais que traga bons resultados para os pedidos e necessidades. Nas partidas do Brasil para a Copa, superstições não faltam e são vocabulário comum entre os torcedores que buscam o hexacampeonato. Assistir jogos com a mesma camisa, entre os mesmos amigos e até no mesmo banquinho da sala. Mas será que essas táticas garantem a boa atuação dos jogadores?

Para a gerente de marketing Larissa Moreira, a roupa que ela usa tem um valor especial nos jogos da seleção, principalmente quando o time vence. "Se o Brasil ganha, permaneço com a roupa que estou e só assisto os jogos com ela até no final. Desde 1998 tenho essa superstição e levo a sério, pois quando o Brasil perdeu na final da Copa, não estava com a mesma roupa." Ela salienta outra derrota, que ocorreu em 2006, quando o Brasil perdeu para a França nas quartas-de-final.

Larissa confia também nos amuletos e aposta nos gritos para atrapalhar a concentração dos adversários. "Toda vez que alguém vai bater falta ou pênalti contra o Brasil tenho que gritar 'vai errar' da hora que o juiz apita até a hora que o jogador bate, para evitar que a bola entre", explica. Nessa Copa, a gerente de marketing já está preparada e promete repetir o ritual para dar um gás na seleção de Dunga, principalmente porque a camisa que vai usar tem um gostinho todo especial.

"Vou fazer tudo igual, do primeiro jogo ao último. Só vou mudar as casas em que vou assistir os jogos. Meu presente de aniversário de namoro foi uma camisa oficial do Brasil. Dei a mesma coisa para o meu namorado. Mesmo tendo ficada revoltada no dia da convocação dos jogadores, sou Brasil e torço para qualquer um que estiver lá." O exemplo de patriotismo e crença na seleção também é seguido à risca pela estudante Tatiana Lima, que desde 2002, quando ganhou uma meia nas cores verde e amarela, tem um amuleto para os jogos do Brasil.

"Meu pai me deu uma meia e de lá pra cá uso em todos os jogos. Tiveram vezes que o time não foi tão bem, como em 2006, mas sempre uso. Nas horas de aperto, cruzo os dedos, fico ansiosa e rezo bastante", ressalta Tatiana. A estudante tem consciência de que a superstição nem sempre funciona. "Mas é uma questão de autoconfiança. Até sei que não tem nada a ver, mas continuo para dar segurança", define.

Zica com a França

Como diria o filósofo do esporte Neném Prancha: "Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano terminava empatado". Mesmo com o humor da citação, a frase tem um fundo de verdade, que aponta para a falta de exatidão nas superstições. No entanto, o vendedor Danilo Carvalho prefere não dar mais chance à coincidência e não vai mais arriscar assistir aos jogos na casa do pai. "Nos últimos jogos do Brasil contra a França, em 86, 98 e 2006, estava com meu pai, e já viu? Ou seja, nunca mais assisto na casa do meu pai."

*Pablo Cordeiro é estudante do 10º período de Comunicação Social da UFJF


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